Uma goleada, com reservas

Na Arena Corinthians, Brasil 5×0 Peru.

Sem qualidade técnica (talvez, Guerreiro, seja a exceção), sem ordem de jogo, esse Peru que foi mandado jogar a Copa América é fraco. É possível afirmar que se na América do Sul as seleções fossem enquadradas por divisões, seria da Segunda.

É possível desconsiderar esse fato para analisar essa goleada por 5×0 do Brasil sobre os peruanos?  

Um time que ganha como o Brasil, mesmo fazendo-o contra uma seleção de segunda, não faz de graça. No futebol em que o equilíbrio pelas variações táticas, marcação e força física, diminui o efeito da lógica, ganhar de 5×0 ocorre, muito mais, pelas virtudes. 

As virtudes que o Brasil teve explicam a vitória, mas não a goleada. Aquela, foi produzida a partir da melhora do time com a presença de Everton no meio; essa, em razão, muito mais, dos reduzidos limites do Peru. 

A falta de qualidade concorreu a ingenuidade peruana em marcar com os olhos. Então, sem marcação e agrupados, Casemiro, Arthur e Everton, por serem técnicos, arrumaram espaços com a troca de bolas, imprimindo velocidade ao time. Os gols de Casemiro, Firmino (esse em falha do goleiro) e Everton resolveram o jogo já no primeiro tempo. 

O Peru, que já era fraco, foi para o vestiário em depressão. Sabia que o segundo tempo seria apenas para cumprir a lei dos noventa. Quando Daniel Alves fez o quarto, o jogo já havia perdido a graça como competição. Mas, valeu esperar pelo belo gol de Willian aos 45. Faria esquecer o pênalti que Gabriel Jesus perdeu logo depois. 

Fosse uma vitória simples, jogando o que o Brasil jogou, teria mais valor do que a goleada. É, impossível, que pelo que não jogou contra a Bolívia e a Venezuela, o time brasileiro evoluísse em poucos dias para golear sem precisar dos limites adversários. Everton foi o melhor em campo. Já é o melhor desse Brasil.