Um simples empate

Foto: Jonathan Campos

Na Baixada eletrificada e em um ambiente opressivo pela exposição de sentimentos da arquibancada, o Athletico começou ganhando a Recopa. Vencendo o River Plate por 1×0, joga pelo empate em Buenos Aires para ser campeão.

Lendo Jorge Valdano, aprendi que no futebol até as verdades são provisórias. Sem querer ser pretensioso, tivesse eu a capacidade de interpretar tão profunda lição, diria: não é por serem provisórias, que deixam de ser verdades.

Se fosse possível projetar o jogo do Monumental de Núñez como uma continuidade do jogo da Baixada, não seria nenhum excesso afirmar que o Furacão “joga por um simples empate”.

O jogo nem bem tinha começado, Lucho González chutou da entrada da área, obrigando Armani à primeira de várias grandes defesas. A jogada indicou o sentindo que o Furacão iria dar à partida. Ele é quem mandaria em campo.

Enquanto o River quis jogar bola, o Athletico jogou futebol. E a partir do imponente Bruno Guimarães, pressionou o Millonario, e anunciou que o seu gol iria sair logo e pela esquerda. Aos 25 minutos, uma jogada de Bruno, Lodi e Rony, fez a bola chegar a Marco Ruben, que dentro da área mostrou porque leva os contrários ao óbito.

Não se trata de viver uma realidade paralela, sem senso crítico. Trata-se de um fato concreto: o Furacão se impôs de uma forma tão expressiva, que sujeitou o River ao seu domínio no primeiro tempo, quando marcou com Marco Ruben.

E, depois, no segundo tempo, com um regime tático perfeito, equilibrou a ambição ofensiva com os cuidados defensivos em razão da melhora argentina. Jamais me havia ocorrido dizer que entre os dois, o Furacão é superior. Foi tão superior e ganhou sem nenhum trauma, que é possível afirmar que as eventuais diferenças em Núñez, em razão do carisma do River, podem ser por ele absorvidas.

Reduzido a dez, e sendo constrangido pela insistência ofensiva do time brasileiro, o River preferiu não correr o risco de sofrer o segundo. Talvez, com a ilusão de que em Buenos Aires há uma regra de ele ser diferente.

Bem resumido, o Athletico mostrou que está bem-educado para ir jogar em Núñez.

Bruno Guimarães foi soberbo. Fez o jogo gravitar em torno do seu futebol. Não há nenhum brasileiro aqui ou lá fora, jogando no meio como ele há tempo joga. Só os critérios sem transparência de Tite, é que o excluem da seleção brasileira.

+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do Trio de Ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!