Teoria e prática

Na Baixada, pela Copa do Brasil, o Furacão joga contra o Cruzeiro. Um jogo que, em tese, a sua obrigação de ganhar seria limitada às circunstâncias de campo. É que pelo simples fato de ser dirigido por Mano Menezes, o Cruzeiro é um time de poder.

Ocorre que o Atlético não ganha há seis jogos. Não é pouca coisa para quem, até um dia desses, estava provocando curiosidade do Brasil pela forma ambiciosa do seu jogo. Isso permite afirmar, que uma nova derrota já não pode mais ser absorvida pela naturalidade. O que provoca a apreensão à torcida, não é a sequência sem vitórias, mas a definitiva busca por soluções. Mas, qualquer solução é precedida da consciência do problema. Afinal, qual é o problema?

A repórter Juliana Fontes, da Tribuna, extraiu esse pensamento do treinador Fernando Diniz: “Quando se fala de futebol, para algumas pessoas a tática é determinada como está na lousa. Se é 4-1-4-1, por exemplo. Eu não vejo futebol assim. Para mim, a tática trabalha a serviço dos jogadores de uma maneira dinâmica. E nesse sentido o time tem feito coisas incríveis, boas mesmo.”

Fernando Diniz quis dizer o seguinte: ele arma bem o time, o problema está na execução das suas ideias. Pois, quero dizer, que na teoria, o treinador não está errado. Um esquema por mais simples ou convencional que seja, é dependente dos jogadores. Ocorre que para um time que há seis partidas não ganha, a teoria é danosa. E é aí, que entra a obrigação do técnico.

E, é exatamente aí que Diniz começa a perder a razão. Se a tática trabalha a serviço dos jogadores, deve obrigatoriamente estar a associada às condições individuais desses que irão executá-la. É até uma questão de proporcionalidade. É preciso que Diniz ganhe a consciência, de que as suas ideias são muito ousadas para as limitações do time atleticano. Ganhando essa consciência, o time deixa de ser tão vulnerável e pode voltar a ganhar. Hoje, inclusive, do Cruzeiro.

Desconfiança

O treinador Micale disse que “tem confiança na diretoria do Paraná”. Teria algum motivo para desconfiar?