Só falta o Furacão jogar

O Atlético fez de tudo, ninguém pode negar.

Aceitou a proposição dos jogadores e vai pagar cento e cinquenta mil reais para cada um na hipótese da conquista de título. Mário Celso Petraglia já deve ter separado o prêmio que prometeu em vídeo exibido em Barranquilla – de um milhão de reais do seu patrimônio para que, dividido, aumente o benefício dos jogadores.

Tudo está pago: salário, prêmios, luvas, e a primeira parcela do décimo terceiro. E se não fosse o bastante, Mário Celso Petraglia submeteu-se à pressão da torcida organizada, liberando-a para torcer com o som do batuque. Na prática o Atlético, ao exigir respeito aos seus dirigentes, em especial a Petraglia, sob pena de multa, comprou o silêncio da torcida. Só quem conhece Petraglia sabe que essa submissão para não ser ofendido é uma humilhação.

Bem resumido, o que Petraglia tinha que fazer, fez. Até humilhou-se.

E vejam só como é o futebol. O que o Atlético fez, nem mesmo o supremo sacrifício do seu cartola maior, nem mesmo os 40 mil torcedores, que lotarão a Baixada terá algum significado se Tiago Nunes e os jogadores fracassarem no campo.

Como será o Furacão contra o Junior?

A expectativa de que os efeitos técnico e emocional que a Baixada projeta é que irão decidir o título não deve ser considerada como absoluta. E digo mais: a Baixada e a torcida só influenciam quando o Atlético joga bem. E a brilhante campanha caseira não foi produto de nenhum elemento subjetivo. Sempre ganhou porque jogou bem. À propósito, não se ganha mais título por acaso. Mais ainda decidindo-o contra um time de cobras criadas como o Junior Barranquilla.

Se eu tivesse autoridade para teorizar sobre o comportamento que o Furacão deve ter, ainda assim iria adotar o limite de sugerir que tenha a consciência de que precisa de uma vitória simples, e tem 95 minutos (e até uma prorrogação e pênaltis), para conquistá-la.

A angústia tem que se limitar à arquibancada.

Repito: mais do que necessário, o título para o Furacão seria justo.