Simplesmente José

Há pessoas tão especiais que quando morrem parecem querer nos levar ao mundo do faz-de-conta. Talvez porque sabem que nós não queremos – ou, quando ocorre, não queremos acreditar.

Um dia desses perdi um grande amigo, e o Coritiba perdeu um dos maiores homens da sua história: Tico Fontoura. Era tão especial que, resistindo a acreditar, parece que iremos encontrá-lo na esquina da nossa rua. Mas aí vem a lembrança da poesia de Fernando Pessoa “O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela”.

Por que Tico se esse Tico que foi embora era coisa de Deus, e sabemos que coisa de Deus é imensa, infinita e grandiosa? Bem por isso, às vezes, não entendo porque nomes informais não são dados pelo tamanho do coração.

Mas Tico era tão especial que se chamava José, e mesmo não vindo de Nazaré, sempre foi “aquele que acrescenta”.

Fato velho

Quando um clube demite um técnico para contratar outro, presume-se que procura uma solução e não um problema. O Coritiba demitiu Eduardo Baptista e contratou Tcheco, que já integrava a sua comissão técnica.

Pois afirmo, que Tcheco nunca foi solução, sempre foi problema.

No Coritiba, um gravíssimo problema. Sempre a favor do patrão, cria um ambiente de desconfiança. Concordou em ser o técnico antes de Eduardo Baptista ser demitido. Dito de outra forma: direta ou indiretamente participou das mudanças, embora essas fossem necessárias.

Se ele fosse apenas um profissional de confiança da diretoria, sem pretensões de assumir o cargo, não só deveria participar, como tinha obrigação de auxiliar os dirigentes. Mas está interessado em ser técnico, não poderia influir no convencimento dos cartolas.

Mas, embora seja uma questão grave, não é a questão mais grave. Quando se muda um treinador, entre outras coisas, provoca-se o que o jogador trata como “um fato novo”. A consequência imediata, em regra, não é técnica, é emocional.

Tcheco é um fato velho.