Riscos da indecisão

Foto: Albari Rosa

Humilde, antes de sair de recesso, Tiago Nunes pediu desculpas à torcida pelos últimos fracassos – em especial, o de Goiânia.

São raras as ocasiões em que o futebol exclui qualquer responsabilidade do treinador por crise técnica. Em regra, sempre há um fato com o qual concorre.

No caso, o treinador confessou um pecado que não é seu, e a torcida do Athletico é consciente dessa verdade.

O Furacão está em queda no Brasileiro, e aumentou o risco de perda na Libertadores e na Copa do Brasil, porque está ocorrendo um fato raro com Mário Celso Petraglia.

Entre os seus defeitos como dirigente, a indecisão nunca foi o seu fraco. Depois de criar o convencimento para enfrentar uma questão, independente das consequências, sempre decidiu. Mas aí surgiu a questão da Baixada, que se tornou tão grave que permitiu à indecisão dominá-lo.

Dinheiro o Athletico tem e não é pouco. E, se não é o bastante, se quiser tem a liquidez imediata com os direitos dos vínculos de Renan Lodi, Bruno Guimarães e Léo Pereira. Isso quer dizer: recursos financeiros para investir no time de futebol não faltam.

Mas ocorre que Petraglia carrega dúvidas sobre a solução a ser dada às execuções judiciais do crédito da Fomento Paraná garantidas pela penhora da Baixada.

O que fazer? Investe no time, por acreditar de que a Justiça vai reconhecer a obrigação do Estado e do Município em dividir a conta com o Furacão, ou continua fazendo apostas baratas no futebol, poupando dinheiro para esperar a decisão do tribunal paranaense?

Já escrevi o que penso sobre as execuções. De âmbito processual restrito, só trata da relação entre credor e devedor do título. E Estado e Município, no caso, são terceiros. A responsabilidade desses agentes públicos já deveria estar sendo apurada em outro processo.

Entendo a indecisão de Petraglia.

Fosse eu, não mexeria no dinheiro.

Mas avisaria a torcida que Bruno Nazário, Madson, Léo Citadini, Márcio Azevedo, Braian Romero, Tomás Andrade, Thonny Anderson e Robson Bambu são os que se têm e vão continuar.

Desde que isso não implique no risco de rebaixamento, tem até o direito de fazê-lo.

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