A pior das Copas

Antes das oitavas, escrevi que só um episódio relevante iria mudar o caminho tomado pela Copa da Rússia. Esse fato extraordinário não ocorreu, e agora é possível afirmar, que para o futebol como esporte de necessária renovação de ideias e de valores, essa Copa foi a pior da história.

França ou Croácia, não importe quem ganhe. A projeção já está materializada. Nenhuma nova proposta tática, nenhuma grande revelação (Mbappé já havia custado 180 milhões de euros), e nenhum jogador de virtudes definitivas.

E que não se espere coisas diferentes nas próximas Copas. Não é coincidência, que essa mostrou uma redução brutal do nível de qualidade do futebol entre seleções. É a consequência da livre circulação de jogadores pelos países da União Europeia, que privilegia os clubes, enchendo-os de estrangeiros, remetendo as equipes nacionais à uma importância secundária.

Nem um pouco de romantismo restou, que seria o jogo entre França e Inglaterra, pela rivalidade de séculos. Mas é justo a Croácia como finalista. Como organização de time de futebol foi a melhor.

Talvez a nova geração de torcedores carregue como surpresa a classificação da Croácia. A extinta Iugoslávia já jogava um futebol “como os brasileiros”, diziam antes da guerra civil (1990) que a desintegrou, seguida da secessão. Soube-se depois que a porção de qualidade de jogadores, da seleção da Iugoslávia, era croata. Não se sabia que a partir da sua independência, em 25 de junho de 1991, a Croácia, em algum momento, jogaria mais que os brasileiros.

O som do silêncio

Por estarem inseguros quanto ao futuro do time na Segundona, as coxas querem que o presidente Samir Namur quebre o seu silêncio.

É interessante essa questão. Talvez o silêncio angustie mais Namur do que qualquer outro torcedor.

É certo que a torcida não quer ouvir outra coisa senão a notícia de grandes e caras contratações. E à essa altura, diante das circunstâncias, até de um novo técnico, o que seria criar um novo problema e não dar solução.

Às vezes, como se aprende na poesia de Paul Simon, no som do silêncio já está a verdade a ser falada. Sem condições financeiras, a execução da vida tem que evitar o gasto pródigo.