A crise da saída de Tiago Nunes do comando técnico do Athletico exteriorizou um fato que estava reservado aos limites do CT do Caju: os interesses de Paulo André.

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Foi o gerente que convenceu Petraglia que era um grande negócio para o Athletico depositar os R$ 10 milhões em favor da Ponte Preta para ter os direitos do lateral-esquerdo Abner. Desse dinheiro, um percentual foi para o agente do jogador, Hugo Garcia. Seria um negócio absolutamente transparente, se não fosse um detalhe: Hugo Garcia é, também, empresário de Paulo André.

Filho de um uruguaio, Hugo Garcia propôs a Paulo André trazer para o Furacão o técnico Paulo Pezzolano. Os dois – Garcia e Paulo André – foram a Montevidéu falar o técnico.

A saída de Tiago Nunes devolve Hugo Garcia à cena do CT do Caju. Ele está convencendo Paulo André de que o Athletico deve contratar Antonio Carlos Zago, técnico do Bragantino.

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Além de ter que explicar esse poder do seu empresário para fazer negócios, sempre em prejuízo do Athletico, Paulo André tem que enfrentar uma outra questão: por que quebrou tantas lanças para que o clube contratasse o lateral-esquerdo Adriano, garantindo-lhe um contrato de R$ 4,5 milhões até o final de 2020? Desde que chegou, Adriano não completou uma única partida. A quem interessava a contratação tão onerosa de um jogador, cujo desgaste físico e o histórico de lesões, eram fatos que qualquer residente de medicina iria atestar?

O maior interessado na saída de Tiago Nunes era Paulo André.

Noite de sexta-feira

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O que era um fato remoto, quase que improvável, aconteceu: o Paraná se tornou o ‘patinho feio’ para o Coritiba na disputa da última vaga que, em tese, resta para o G-4 da Segundona. Era assim porque, ainda, nós não conseguimos temperar a cultura de se medir o valor pela tradição. A neutralidade, pelas mais diversas circunstâncias (dinheiro e torcida, em especial), entre Coritiba e Paraná, apostaria no Coxa.

Mas eis que o Paraná ganha esse direito de disputar a vaga com um time com um ordem tática tão equilibrada que consegue compensar a falta da sua reduzida qualidade individual. Ao contrário, o Coritiba não tem esse equilibrio. O fato de perder apenas um jogo com Jorginho foi absorvido pelo excesso de empates. Quando há uma disputa equilibrada, o benefício não vem de uma derrota isolada, mas de vitórias em sequência.

Na Vila, Paraná x Vitória. Em Florianópolis, Figueirense x Coritiba.

É uma sexta-feira no mínimo curiosa para o futebol paranaense.