O segredo do Furacão

O escritor espanhol José Sámano, em suas crônicas no El País, gosta de transportar lições da vida para o futebol. É ele quem trata o futebol como “uma metáfora da vida”. Concordo: como a vida, o futebol é cheio de incertezas, alegrias, tristezas e contradições.

Vejam só esse Athletico que está jogando o Estadual.

Qual é o seu segredo?

Sempre reduzindo a importância do título, usa um time que, a cada ano, recebe uma identificação diferente. Já foi sub-23, foi alternativo, e agora, aspirante. Quando mais dele nada se espera é que se tem a surpresa: jogando o inesperado pela proposta, passa a ser atração. Apresentando jovens desconhecidos, passa a comover a sua torcida.

De repente, nessas contradições, o Furacão merece chegar à final do Estadual. E chegando lá, ganhar o título. Afirmo isso não por ser o Athletico, mas por ser o Athletico um modelo exemplar que bem poderia ser adotado por Coritiba, Paraná e Londrina.

Não é só a estrutura física e o poder financeiro que o transformou, outra vez, na estrela do Estadual. O mais relevante, embora oculto, é o fato de o Rubro-Negro não ter como prioridade ganhar o título a qualquer custo. Às vezes essa indiferença é exposta, mas acaba sendo importante. Se acontecer, é em razão de uma consequência natural da sua proposta de vida.

Mais importante do que o título de 2018, foi revelar Renan Lodi, Léo Pereira e Bruno Guimarães. Mais importante que eventual título em 2019, é o fato de antecipar o futuro de Lucas Halter, Khellven, Cristian, Erick e Vitinho.

Estranho no ninho

Escrevo sobre futebol. Mas, às vezes, por minha formação acadêmica e profissional, gosto de ir para um ninho que pareço estranho.

A comemoração dos políticos pela decisão do Supremo Tribunal Federal de mandar para a Justiça Eleitoral, o que se considera “caixa 2”, no mínimo é inusitada.

Diretamente, o festejo pela decisão do STF, desmoraliza a Justiça Eleitoral. Da forma como arguem e irão arguir a sua competência para julgar essa espécie de crime, escancara a ideia de ser uma justiça assistencial do crime, uma depositaria de proteções da classe política

E olhe, talvez, até seja.

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