O Barcelona, de Guardiola, projetado pela escola holandesa de Cruyff, criou um costume para o resto do mundo: ao princípio de que no futebol o que importa é só a vitória, impôs o de que primeiro se joga e depois se ganha.

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Bem por isso, às vezes, embora correto, falta sensibilidade a esse princípio. No futebol brasileiro, por faltar grandes jogadores e grandes treinadores, não há nenhum um time capaz de carregar esse peso. O futebol, por aqui, em toda a sua extensão, passou a ser um esporte só de resultado.

O Athletico foi jogar com o Internacional, na Baixada, caindo pelas tabelas no Brasileiro. Com um time esfacelado por, ainda, acreditar em soluções como Bruno Nazário, Márcio Azevedo, Jonathan e Marcelo Cirino, não se poderia a ele, impor nada mais do que disciplina tática dirigida pela bússola de Tiago Nunes e uma entrega física. E, nem mesmo, contra um Inter só de reservas, seria possível exigir mais do que isso.

Tratado com todas essas reservas, então, o Furacão foi virtuoso. Bem ordenado, fez o que podia: entregando-se até exaurir-se, era para ter resolvido bem antes do final, se não insistisse com no pouco lúcido Marcelo Cirino como seu operador final de jogadas de ataque.

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As coisas só mudaram no final, quando Vitor (não gosta de ser Vitinho, respeite-se), vindo do berço, fez uma jogada de craque (drible e chute de fora da área), vencendo Lomba aos 43 do segundo tempo. Athletico 1×0 Internacional.

Essa vitória valeu por afastar o Furacão da proximidade da zona de rebaixamento. Mas, serviu, também, para provar a sua regressão técnica. Para ganhar dos reservas do Inter precisou jogar com o corpo e a alma. Há pouco, precisava jogar só com a bola.

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A verdade é que o Furacão está sendo vítima da absoluta falta de capacidade de apuração de valores dentro do CT do Caju. Enquanto é resumido no meio a Bruno Guimarães, e falece por falta de qualidade, Matheus Anjos e João Pedro carregam o Paraná na segunda divisão. Em prejuízo desses jovens e do Athletico, privilegia-se os medíocres Bruno Nazário, Tomas Andrade e Léo Cittadini.

Dirão que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

É verdade.

A coisa boa joga pelo Paraná.