O belo sem beleza

Lucho González só conseguiu jogar meio tempo. Foto: Albari Rosa

Na Baixada, pela Libertadores, Athletico 1×0 Tolima.

Os atleticanos continuam no paraíso. Às vezes, com um pouco de sofrimento, mas estão lá. Bem que o Athletico quis e tentou ser brilhante, mas não foi possível. O Tolima, para não o deixar jogar, picotou e encerou o jogo, marcou e bateu. Bem que o Athletico trabalhou para impor naturalmente a sua superioridade técnica. Não foi possível, porque Lucho González, foi obrigado a sair no intervalo. Porque Renan Lodi, a fonte de tudo, foi engolido pela marcação colombiana. Porque Marco Ruben só recebia bolas altas. E porque Marcelo Cirino entrou como última esperança.

Mas, à certa altura, lá pelos 32 minutos da etapa final, entendeu definitivamente qual era o jogo que jogava. Mais do que isso, convenceu-se do que tinha que fazer: desistindo de ser brilhante e certinho, concluiu que não era a hora de jogar bem, mas era a hora de vencer.

Foi, então, que o precioso Bruno Guimarães, grande por inteiro, vindo de trás, da entrada da área, chutou rasteiro, vencendo Montero.

Esse 1×0 sobre o Tolima foi a mais bela vitória do Furacão nessa Libertadores.

Era para jogar bem, mas não conseguiu ir além da posse de bola. Era para golear, mas não conseguiu ir além do chute de Lodi na trave. Era para ganhar sem trauma, e precisou de um chute vindo do além. E era o jogo em que precisava ganhar de qualquer maneira, mas não conseguia. A beleza está no fato de que ganhou quando não podia sequer empatar. E, agora, só tirando a lógica da matemática é que ficará fora da próxima fase da Libertadores.

Quem terá “Krüger”?

São tantos, que na contagem de títulos estatuais, os coxas acabam se perdendo. Mas essa história anda um pouco fragilizada pelo presente. É notório que o Coritiba anda estragado. Já há alguns anos, está sendo dilapidado. Caído, com um comando amador, só consegue, ainda, ter esperança de resgatar o seu lugar, em razão do seu poder popular.

Esse conflito entre passado e presente repercute em cheio no Coritiba que irá hoje à Baixada decidir a Taça Dirceu Kruger e o outro que jogará a final com o Toledo no Estadual.

Ganhar mais título poderia ter pouco significado como um aditivo para quem tem tantos. Mas uma derrota, na Baixada, contra o aspirante do Athletico, que entrou apenas para cumprir a lei, a perda irá bem além de uma taça. Terá significado de desprezo do orgulho próprio.