Nós, os heróis

Furacão está jogando futebol de Primeiro Mundo na Libertadores. Foto: Albari Rosa

Ninguém pode negar. Nós, cronistas esportivos em Curitiba (jornalistas e radialistas), temos a emoção equilibrada para enfrentarmos variações imediatas no trabalho.

Na terça-feira, essa do dia 2, vivemos intensamente a vida de Primeiro Mundo. Lá na Baixada, testemunhamos a escrita de uma das páginas mais belas na recente história do futebol brasileiro. Um público 35 mil pessoas viu, comovido, o Athletico jogar um futebol de época e golear o poderoso Boca Juniors por 3×0, pelo maior torneio continental das Américas, a Libertadores.

Agora, quatro dias depois, para sermos leais na profissão, somos obrigados a viver com a mesma seriedade a vida do Terceiro Mundo. É que sem ídolos, sem público, sem qualidade, sem emoção, Athletico (aspirante) x Rio Branco, Coritiba x Londrina, vão definir os finalistas do segundo turno deste pobre Estadual.

Talvez muitos absorvam essa mudança com facilidade, porque nem sabem qual é o verdadeiro mundo que vivem.

Da minha parte, quero dizer que, se tinha que voltar, estou atrasado.

Continuo no Primeiro Mundo.

Favoritos

Das semifinais, só tem o Athletico como favorito, pois joga na Baixada e contra o Rio Branco. Não pode se negar o direito de ter ambição ao time de Paranaguá. Mas para quem era para ser rebaixado, estar em uma semifinal já é realização plena. Os subjetivistas dirão que no futebol, às vezes, tem espaço para o impossível. Concordo, mas depende da hora e do lugar. E o Athletico, com todos os aspirantes titulares, adotou o projeto de ser bicampeão do Estado. Daí ser o favorito.

Já é risco escolher o Coritiba na disputa com o Londrina. O fato de jogar no Couto Pereira e com a sua torcida pode influenciar em teoria, mas na prática, os precedentes recentes não sugerem favoritismo. E digo mais: pela regularidade, o Tubarão seria mais indicado. Com Dagoberto, seria o favorito.

Por ser um jogo de iguais, o vencedor está na conta do imprevisível.