Naquele tempo

Mafuz questiona a arbitragem do empate entre Santos e Athletico. Foto: Ivan Storti/Santos

Houve um tempo, bem lá atrás, em que a escalação de um time não era o fato mais relevante. Antes de saber se o goleador iria jogar ou se o craque do outro estava escalado, o torcedor queria é saber de outra coisa: Quem iria apitar?

Bem por isso, a direção do departamento de árbitros de uma entidade (federações e CBF) era o cargo mais importante.

Certa vez, naquele tempo, ouvi de um dos maiores dirigentes, já falecido, o seguinte: o árbitro incompetente é mais perigoso do que o árbitro corrupto. E explicou: o corrupto se enfrenta, pagando o preço ou denunciando, mas o incompetente, não.

Lá em Santos, o Athletico, baseado em reservas, iria ganhar (e com justiça) do Santos (1×0). Mas, aos 45 do segundo tempo, o árbitro Rodrigo Carvalhaes de Miranda viu que Braian Romero fez a falta em Marinho fora da área e o VAR lhe mostrou por vário ângulos, a falta fora da área. Mas, no entanto, marcou o pênalti que Sánchez converteu no gol de empate (1×1).

Pergunto: o árbitro Carvalhaes é um executador dos interesses superiores ou é incompetente? Surge, então, a grande questão. Lá atrás, naquele tempo, tratar um arbitro como incompetente era uma conclusão subjetiva, simples questão de interpretação. Hoje, já não se pode mais atribuir como causa de um erro, a incompetência. É que com o VAR, o árbitro supostamente incompetente, tem imagens a orientá-lo. Deixou de ser um dever, para ser uma obrigação.

Se, eventualmente, em um primeiro momento, fica no campo da interpretação, as imagens exclusivas que o VAR coloca à disposição do árbitro, dão a esse, a possibilidade de ser correto. Daí, surge uma conclusão lógica: se o árbitro tem amparo da tecnologia para corrigir um equívoco, a insistência no erro deixa de ser voluntária, afastando-se da vulnerabilidade dos atos humanos. Escancara-se a atuação com fins de conveniência específica.
A sua senhoria Carvalhaes não errou por ser humano, errou com a disposição de influir no resultado.
Aqueles tempos, lá do início, voltaram.
Pergunto: Quem irá apitar Athletico e Internacional pela final da Copa do Brasil?

Fracasso

O Coritiba perdeu no Couto Pereira para o Atlético-GO (2×1). Tão grave como a derrota, foi a forma como perdeu: outra vez desorganizado por jogar espalhado, outra vez previsível como se a única jogada fosse a bola cruzada para Rodrigão, outra vez despreparado para reagir à vantagem contrária. Assim, adotando o imprevisto, o Coxa pode subir, mas a sua torcida terá que sofrer.