Assuntos pingados

Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna do Paraná

1º A ilusão, em regra, cria enganos para esconder a verdade. Mas enquanto essa está oculta, aquela é fonte de sobrevivência. É essa ilusão que está dando a mão aos paranistas, levando-os para os cantos da cidade para exporem a emoção e o orgulho pela vitória sobre o Bahia de Feira de Santana, por 3×2, pela Copa do Brasil.

Só para lembrar: na Vila Capanema, o Paraná perdia por 2×0 para os baianos até aos 46 minutos do segundo tempo. Nos descontos, fez 3×2, seguindo em frente no torneio.

Senti o gosto dessa ilusão no lendário episódio dos quatro gols de Ziquita, nos 12 minutos finais, no jogo em que o Furacão perdia para o Colorado por 4×0, naquele 5 de novembro de 1978, na Baixada.

É uma ilusão tão doce e tão forte, que as verdades que a sucedem sempre lhe deixam um lugar especial na história.

2º Quando é tornada pública a cessão de um jogador para o exterior, a imprensa toma como referência o valor bruto, sem considerar que, o dinheiro que chega no Brasil (isso quando chega) é picotado durante a viagem.

Pelo valor bruto, com os negócios no período de um ano, de Pablo, Renan Lodi, Bruno Guimarães, Rony e Léo Pereira, o Athletico teria recebido próximo de R$ 296 milhões. Mas, o que deve ser considerado, é o valor líquido.

E aí é que todos os valores dos negócios se tornam controversos, porque o conceito de “valor liquido” no futebol é interpretado de acordo com as intenções dos negociantes.

Voltando ao balanço oficial de 2019, tendo 2018 como ano base, o Furacão afirmou que tem um ônus de 55% para operar essas transferências. Não deve ter mudado em razão das parcerias e das comissões. Por essa referência, o Athletico teria faturado em um ano R$ 163 milhões negociando jogadores.

3º As coisas parecem que estão tranquilas e sob controle para o treinador Barroca no Coritiba, mas não estão. Ele próprio confessou que já foi cobrado pelos dirigentes. E, no futebol, a cobrança já é um sintoma de insegurança do dirigente. O presidente Samir não quer ir para a casa em dezembro, sem ganhar um título pelo Coritiba. E a única chance é o Estadual.

Na segunda-feira, analisarei o fato afirmado por Samir de que Athletico “ganhou de graça um estádio”.