Opinião

Uma noite de cão na Baixada

Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna.

Na Baixada, pela Copa do Brasil, Athletico 0x1 Flamengo. Uma questão a ser resolvida: ao disparar mensagens anunciando a sua licença da presidência, a sua contratação como CEO, a proposta para transformar o Athletico em sociedade empresarial, qual foi a intenção de Petraglia?

Há quem já concluiu que foi a de criar um fato para amortecer o impacto junto a torcida, pela imaginária goleada que poderia sofrer do Flamengo. Pois quero dizer que não foi essa a intenção. E quero dizer mais: Petraglia não teve nenhuma intenção.

Alienado pela enfermidade que o deforma física e, em especial, psicologicamente, recluso em uma mansão de milhares de metros quadrados, com os fracassos do futebol desmentindo a base do projeto que dizia ser invulnerável, pelo esgotamento financeiro do clube e pela ameaça da Baixada ir para leilão se não ocorrer acordo no próximo dia 6, já não tem mais o controle das suas ações.

É natural que aquele que exerce o poder pelo orgulho e pelo dinheiro, e deles não pode desfrutar, perca a realidade das coisas e pensa e escreve bobagens. Imagino que a família de Mario Celso Petraglia, também, esteja apreensiva.

Essa minha conclusão é carregada do sentimento de pena por Petraglia. Embora seja por pouco tempo, porque o tempo maior tem que ser usado para o Athletico, será a grande vítima de todo esse estado de loucura. A situação é tão grave, que ser rebaixado para a segunda divisão diante dessa mensagem já passa a ser o menor dos problemas do Furacão. A torcida não esqueça: entre todos os valores devidos para construir a Baixada, o Athletico está condenado em valor próximo a R$ 700 milhões. E o governador Ratinho já mandou avisar que faz tudo dentro da lei. E lei não é coisa que Petraglia gosta de cumprir.

Ao jogo na Baixada

O Athletico enganou a todos os atleticanos nessa derrota para o Flamengo, 1×0. Fez o seu único jogo razoável nessa temporada. Transformando o goleiro Hugo no melhor jogador em campo, perdendo gols e até um pênalti com Walter, acabou tornando o resultado injusto.

Há que se considerar que depois de marcar no inicio com Bruno Henrique, o Flamengo foi indolente. Consciente da diferença de qualidade técnica, entendeu que não iria precisar de mais do que um gol. E se precisasse não conseguiria, pois a superioridade no Furacão na etapa final, fez o “Mais Querido”, se guardar atrás e jogar em contra-ataques.

Se a derrota no futebol aceitasse uma qualidade por um adjetivo exótico e contraditório diria que essa foi uma bela derrota do Furacão. Quero dizer que essa mensagem de Petraglia me esgotou.

Se os sócios, torcedores e conselheiros não agirem, preguem na parede o quadro do último time campeão do Furacão.

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