Opinião

Eduardo Barros é a questão

Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna do Paraná.

A administração de uma crise pelo improviso torna inevitáveis os riscos de perda. No futebol sempre foi usada como uma aposta. Bem lá atrás, isso era possível quando o improviso era uma regra pela natureza amadora do comando dos clubes. Com a radical profissionalização gerencial, a circulação de riquezas em dinheiro e direitos, buscar a solução em atos casuísticos é ato de irresponsabilidade.

Sabe-se que a interinidade é a qualidade do que é interino. No futebol é o improviso em estado puro, porque não depende apenas da capacidade do agente, mas, das mais diversas circunstâncias, sendo a principal delas, de uma bola que entrou ou deixou de entrar.

Trato, em tese, desse tema, para alcançar o caso concreto: o jovem Eduardo Barros, ostentando essa qualidade de interino, está improvisado no comando técnico do Athletico. Se o Furacão perdesse o Atletiba já teria retornado as suas origens no CT do Caju. 

Talvez, a aposta que se faz com Barros tenha referência a que se fez com Tiago Nunes, que era do sub-23, e na saída de Diniz, transformou o jogo do Athletico em paradigma no futebol brasileiro. 

Se esse é o raciocínio, está errado. São situações absolutamente diferentes: Tiago Nunes já estava na estrada havia tempo, e o Furacão que recebeu era excepcionalmente bom, só Diniz não sabia.

Já Eduardo, ainda, está sendo graduado, e a sua pouca experiência, é muito mais por ouvir do que por fazer. E, esse Furacão que recebeu, é uma colcha de retalhos, com veteranos já em final de carreira e querendo irem embora, e jovens cujas virtudes estão, ainda, na esfera da especulação.

Se Eduardo Barros será o técnico, então, que se ofereça a ele uma qualidade que incentive o respeito, que é a condição de treinador efetivo. 

Na Vila

O Paraná joga contra o CRB na Vila em uma situação contraditória: sempre no G-4 da Segundona, só continuará com chances de voltar ao Brasileirão, se continuar vencendo. Pode parecer óbvio esse fato, mas, não é. Com as suas intensas limitações, a boa campanha é muito mais produto da vontade dos jogadores e do bom trabalho do treinador Alan, do que por qualquer outra circunstância. Se voltar a perder e se sair do G-4, vai quebrar o encanto.