Navego à procura da repercussão nacional da final do primeiro Atletiba da final do Paranaense. Repercute-se o Paulista com a sua intensidade natural, com menor amplitude o Gaúcho, o Mineiro e até o Baiano. Da primeira vitória do Furacão, uma outra notinha que se limitando a registrar o fato, é inexpressiva. Se fosse impresso, será um rodapé.
E, vejam bem, Athletico e Coritiba não são poucas coisas. Os dois já ganharam o Brasileiro e, recentemente, o Furacão ganhou a Sul-Americana e a Copa do Brasil. Em condições normais, são dois clubes de grande poder popular, cuja média de público é de 20 mil torcedores. Então, conclui que nossos dois maiores continuam sendo um apêndice no futebol brasileiro.
Esse fato incentiva à crítica de que, um dia desses, Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico, tornou públicas as redes sociais e o telefone do deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. O cartola incentiva a torcida pressioná-lo a pautar para votação a Medida Provisória do Mandante.
Os interesses do Furacão não devem ser os mesmos. Transformada em lei com o mesmo texto da medida de Bolsonaro, será um desastre para clubes cujo alcance se limita a uma região específica. Como a influência da maioria é regional, inclusive gaúchos e mineiros, a nova lei do direito de arena, só irá encontrar o aparente equilíbrio desejado, se o exercício desse direito por um clube, depender de uma negociação e aprovação coletiva pela maioria.
Bem resumido, a lei tem que partir de um princípio: tudo o que for do interesse do Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo, os queridos da televisão, não deve ser do interesse da maioria.
Pergunto: na hipótese improvável, qual seria o valor dos direitos nacionais de Coritiba x Athletico para uma rede de televisão?
Poder inexplicável
Procurei e fiquei sabendo que Abner, Adriano, Carlos Eduardo e Marquinhos Gabriel, entre todos os elementos financeiros que compõem a equação para as suas contratações, exigem um gasto médio mensal do Athletico de R$300 mil.
Não entro na questão do custo sem benefício, por ser já reconhecida por toda a torcida: há anos, jogadores como esses não exigem tanto sacrifício financeiro do clube, sem ter nada em troca.
A questão é que o padrão financeiro adotado pelo Athletico para manter a sua saúde financeira, só foi quebrado com a ascensão de Paulo André ao poder no futebol. Não conheço na história do Furacão, nenhum dirigente idealista ou profissional, que fosse dotado do poder que Paulo André adquiriu.
Esperem e verão, trazido a mando de Petraglia, Walter. Sem interesses de empresário, inverterá o princípio aplicado aos outros: o benefício será sem custo.