Iguais

A imagem que ficou do último Atlético e Grêmio, em Porto Alegre, é a do goleiro Weverton perdendo o pênalti que eliminou o Furacão da Copa do Brasil. Há imagens criam lembranças que não se apagam. Mas quando se vai a fundo, descobrem-se outras. Antes do pênalti perdido, a lembrança que se tem é de um Furacão submetendo o Grêmio taticamente, derrotando-o por um a zero.

Por que não usar essa lembrança como referência para o jogo de hoje em Porto Alegre? Dirão que uma coisa é a Copa do Brasil e outra é o Campeonato Brasileiro. Concordo, mas a circunstância principal é similar: em tese, só está sobrando uma vaga para a Libertadores, que é a sexta. E por ela, em condições iguais, Atlético e Grêmio, também, lutam. O jogo de hoje não deve ser diferente. Porque na Arena do Grêmio não há trégua, como aquele esse jogo será duro, tremendo e com variações.

É um jogo que o Atlético não pode perder.

Não é só em razão da disputa pela vaga, mas pelo clima que a sua diretoria criou com o Atletiba fora da Baixada. Se perdê-lo, obriga-se a ganhar do Coritiba. E ao jogar um Atletiba obrigado a ganhar, os riscos tornam a situação temerária.

Riscos

No Couto, Coritiba 0x0 Figueirense.

Quando falou que era um jogo perigoso esse contra o Figueirense, o treinador Carpegiani não quis ser humilde, estava era prevendo o jogo ruim dos coxas. Mas não sabia que o perigo estava mais do seu lado do que do lado contrário: a falta de qualidade do time para saber jogar com a bola.

Próximo de 65% com a sua posse, nem virado do avesso como foi no segundo tempo, o Coxa conseguiu criar uma única jogada aguda de gol. Ao contrário, uma bola na trave de Wilson, poderia lhe remeter para o pior. Errou passes de palmo de gramado. Errou todas as bolas paradas com Juan e Raphael Veiga. O futebol não se alia a quem viola o seu princípio básico, que é acertar o passe e lançamento. E com dificuldades de jogar com a bola, não pôde sair do jogo picotado por faltas do tacanho Figueira.

O Coritiba empatou um jogo que era obrigado a ganhar.

A obrigação foi desproporcional para o futebol que jogou.