Grande malandragem

Foto: Albari Rosa

Eu só não tenho saudades do meu tempo de repórter porque, se fosse hoje, estaria proibido de entrar em todos os clubes. Os repórteres hoje se transformaram em um dos seus segmentos. Só servem para dar as notícias oficiais e participar das coletivas sem debates.

Se eu fosse repórter, diria que Mário Celso Petraglia é mesmo um grande malandro como cartola. Por ser seu dono, fez o Athletico sentar no título da Copa Sul-Americana, arrecadar milhões com direitos de televisão e negócios de transferência de jogadores.

Bem acomodado, por ser confesso que não entende e não gosta de futebol como esporte, o senhor rubro-negro acreditou no que queria ouvir dos seus prepostos no CT do Caju: Santos, Jonathan, Marcio Azevedo, Wellington, Lucho González e Marcelo Cirino formavam uma boa base para jogar a Recopa, a Libertadores e a Copa do Brasil, e tendo como opções Braian Romero, Citadini, Tomás Andrade e Madson.

Por causa desse engano do malandro Petraglia, o Athletico fez a torcida festejar bastante até agora, sem ganhar nada que repercuta em grandeza. Taças não significam títulos. Haveria uma compensação confortável para os fracassos se Petraglia desse uma solução na dívida pela construção da Baixada. Nem isso fez, ao contrário, agravou a relação ao afirmar em audiência que não deve mais nada.

Se não for exato, é próximo. Por direitos de televisão, classificação por fases e negócios de jogador, o Athletico deve ter guardado hoje R$ 250 milhões. Qual a razão, então, de insistir com Cirino, Jonathan, Azevedo, Madson e outros de cotação técnica ainda mais baixa?

Riscos

Em Sorocaba, o Paraná entra em campo sabendo que precisa ganhar do fraco São Bento. Nem tanto para disputar o G4, mas para evitar que a turma do Z4 se aproxime. A regra dessa Segundona é essa: vitórias em sequência pode criar a ilusão de se classificar, mas derrotas em sequência tem o mesmo efeito, só que para rebaixar.