Finalista por acaso

No futebol, como na vida, nada ocorre por acaso. Sempre há um fato que, às vezes, não conseguimos ver, mas que intervém na solução de um jogo. Só assim é possível explicar a vitória do Coritiba, nos pênaltis (5×3), em Cascavel. Como se ele fosse, no campo, o pequeno e sem história, reduziu-se a um time acuado, dependente do seu goleiro e da fragilidade adversária.

Os coxas ganharam nos pênaltis o direito de jogarem a final da Taça Sicupira por uma única razão: em um campeonato em que todos são medíocres, a solução é dada pelo casuísmo, como é uma decisão por pênaltis.

Não sou daqueles de procurar um escape no justo ou no injusto para analisar um jogo e, em especial, o seu resultado. Se afirmo que o Coritiba não deveria ganhar nos pênaltis um jogo no qual foi dominado os 90 minutos, não é porque não merecia. É que jogando com o medo de perder, jogou como pequeno. Ganhou o direito de ser finalista, como os pequenos ganham de um grande como ele: por acaso, que no futebol, tornou-se um fato.

E outra vez, a vitória veio através do goleiro Wilson. Com bola rolando, pegou um pênalti; e, na decisão, como bola parada, pegou o que deveria pegar.

Vai decidir a “Sicupira” com o Toledo, no Couto Pereira e deve ganhar.

Espera-se que pelo menos, ganhe como grande.

Há uma questão paralela, e mais importante, que os coxas precisam enfrentar: o futuro em 2019. Ser finalista do 1º turno do

Estadual, ganhar mais uma taça, e garantir-se para a final, não amenizam o fracasso na Copa do Brasil.

A eliminação para o lanterna dos mineiros, o URT-MG, provou que as coisas continuam mal encaminhadas no clube. O time que é ruim, a cada contratação do gerente Pastana, com o aval da diretoria, vai tornando-se medíocre. Há dois meses para começar a Segundona, o Coritiba precisa recorrer ao casuísmo dos pênaltis para não perder para o Cascavel.

Insensibilidade

Os magistrados, também, usam-se de metáforas. Um deles é o de que o processo não tem capa. Quer dizer: o juiz para julgar não vê os nomes das partes que, aqui entre nós, não é uma verdade absoluta. Seja como for, independente de capa, qualquer causa tem uma consequência social.

No Rio de Janeiro, uma desembargadora, por liminar, fechou o Maracanã para a final da Taça Guanabara entre Vasco x Fluminense. E o fechou sabendo que 30 mil ingressos já tinham sido vendidos. E daí liberou-o no intervalo. Deu no que deu.