Final feliz

No Nuevo Gasometro, em Buenos Aires, Atlético 1×0 SanLorenzo.

E para ganhar, o Furacão adotou um velho roteiro.

Ato 1: em um dado momento do jogo, uma bola vem de um dos lados, para encontrar-se com Lucho González, que em silêncio, vindo de trás, ocupa um espaço vazio e faz o gol. Desta vez, no começo da peça, aos 3 minutos.

Ato 2: sem ter um grande jogador no meio, o Furacão recua, e daí a bola vai e volta. Então, surge em cena o protagonista: Weverton, o goleiro. Embora com Thiago Heleno e Paulo André impermeáveis, a área não ficou vedada. Os argentinos, um após o outro, puseram à prova Weverton. O goleiro pegou tudo: por cima, por baixo, no chão, e até assustou um deles, que chutou fora um pênalti.

Ato 3: quando o roteiro parecia o mesmo contra a Católica, com três zagueiros e Douglas Coutinho (tremo quando o vejo em campo) Weverton voltou a cena, e garantiu o final feliz.

O Atlético foi um conjunto, embora usando antigas convenções, bem criado por Autuori: sem um grande meia e sem um atacante por vocação (Pablo é ocasional), recolheu o time, esperando pelo erro do San Lorenzo, que era certo, viria. Como veio cedo, ficou atrás. Compacto, todos se fechavam e se desdobravam, formando um pelotão. Foi a fórmula com a dose certa, pois embora sem a bola e espremido no seu campo, foi o Furacão quem perdeu gols, dois que se os lances se repetirem, Lucho não perderá.

Escolha o melhor em campo.

Acertou: Weverton. Depois, Lucho.

Essa coluna é uma homenagem a Guilherme Pizani, nascido de Nelsinho e Patrícia Pizani.

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Preciso escrever sobre o Paraná. Reclamam que eu o esqueci. É preciso os tricolores terem um pouco de compreensão. Foi o Paraná que reduziu a si próprio. A velha geração que remanesce do Ferroviário vai me dar razão: teve uma época em que o “Boca-negra” (que bela identidade) era o dono da mídia. Uma geração mais recente, orgulhava-se do Tricolor de Régis e Saulo.

As coisas no futebol podem mudar em uma madrugada. Mas podem demorar anos. Hoje o Paraná joga contra o Asa em Arapiraca, pela Copa do Brasil. É um jogo que pode parecer simples, mas da procuração pela recuperação, torna-se especial. É um jogo em que o time no campo não pode decepcionar.