A falta que um professor faz

Pela terceira vez, o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo sub-20. No entanto, continua produzindo jogadores para o mercado exterior. A culpa é da lei que protege os mercadores (agentes) ou dos clubes? Por conhecer bem a lei e os clubes, afirmo: a culpa é dos dois. Trato da parte técnica, portanto, da culpa dos clubes. E para não especular, limito-me aos nossos clubes.

O Athletico está sendo exaltado, e com toda a justiça, pelo CT do Caju, que como dizia Paulo Autuori “é uma ilha perdida no Brasil”. Lá, os jovens obrigam-se a adaptar-se a um regime educacional, que inclui orientação psicológica. Aprendendo ler e escrever, em português e inglês, são preparados para a vida.

Nos últimos tempos, no CT do Caju, só não se consegue ensinar os princípios básicos para jogar futebol. Com toda a estrutura e condições que o Caju oferece, é inexplicável a raridade de jogadores revelados. Léo Pereira e Renan Lodi são exceções.

O Furacão peca pela falta de bons treinadores e orientadores de base. O técnico Marcão, enquanto defensor, destacava-se batendo lateral. E o gerente Cocito, enquanto volante, destacava-se marcando, mas incapaz de acertar um passe. É razoável concluir que os jovens não irão ter êxito na formação se os seus professores, quando jogavam, não conheciam os princípios básicos do futebol.

Querem um exemplo? O Coritiba.

A última geração revelada foi de Miranda, Henrique, Marlus, Keirrison, Adriano e Rafinha. Quem os ensinava? Claudio Marques, que como zagueiro e lateral esquerdo, tinha um primor de técnica e de sabedoria para marcar, cobrir e apoiar. Quer dizer: sabia como ensinar e porque ensinar.

Favorito

O Coritiba vai jogar, pela Copa do Brasil, em Patos de Minas contra um dos inúmeros times que, de tão pequenos, são conhecidos pelas iniciais. Esse mineiro é URT, que vem a ser a União Recreativa dos Trabalhadores.

Penso que é favorito e deve seguir em frente.

Mas, aí eu lembrei que nós por aqui tivemos péssimas experiências: o Coxa eliminado pelo Asa, de Arapiraca, e o Furacão pelo Tupi, de Juiz de Fora.