O fato foi esse: um repórter de Maringá, que vestia uma camisa de manga verde acossado por torcedores atleticanos foi impedido de trabalhar na Baixada. Os mesmos torcedores atropelaram uma mulher que vestia verde.

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O presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed, afirmou que esses “são de insensatez que, às vezes, começam com um torcedor de perfil mais intolerante”.

O doutor Sallim tem razão. Mas não toda a razão.

Talvez, seja caso, de que o exemplo vem de cima. Nenhum clube no Brasil constrange tanto a sua torcida (e a dos outros, também) na própria Baixada. Após o Atletiba, em que foi adotado o sistema de biometria e que passou a ser proibida a camisa das organizadas, fui procurado por um pai de um menor de 8 anos. Seu filho, na entrada, obrigou-se a tirar a camisa, porque o fiscal desconfiou que ele escondia uma camisa proibida.

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Para se ter acesso, o torcedor é obrigado a se submeter à uma revista constrangedora. Às vezes, em grandes jogos, a investigação de acesso vai além das normas obrigatórias de segurança. Em regra, descartam-se camisas cuja identidade não se associe à do clube. Intolerante, a revista muitas vezes humilha. O atual Atlético não é o melhor exemplo de respeito aos direitos humanos.

Mas, mais do que insensatos e intolerantes, esses atos são provocados por pessoas que já saem do berço com o caráter deformado. Nem as lições de Michel Foucault em “Vigiar e Punir” têm a capacidade de educar e reeducar os princípios e o espírito desses torcedores. Todos, clube e torcedores, são culpados pela Baixada ser ambientada por hostilidade.

Obrigação

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O Estadual maltrata os grandes clubes.

Conquistado, o título é desvalorizado por fracassos no Brasileiro. Perdido, é caminho para crise, dispensa de jogadores e de técnico, isso se não ocorrer durante a competição. Bem resumido: o Estadual não traz nenhum beneficio aos grandes.

Bem por isso, o Paraná está obrigado a ganhar do Atlético no clássico da Vila, e o Coritiba do Rio Branco.

Do contrário, as coisas serão tratadas com reservas.

De primeira

Todos os processos que têm causa a construção da Baixada foram atraídos pela competência do Juiz de Direito Guilherme de Paula Rezende, da 4ª. Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Carioca, o doutor Guilherme respeita o vermelho e preto. Mas o do Flamengo.