Enigma indecifrável

O Atlético é mesmo um enigma. E é possível afirmar que nem ele é capaz de decifrá-lo. Ao mesmo tempo que reclama da desigualdade financeira dos direitos de televisão, da indiferença do seu torcedor para ingressar no grupo associativo e da exagerada influência que o resultado de campo exerce na presença de público na Baixada, cria impedimentos para superar esses obstáculos.

Se havia razão para os reclamos do Furacão, essa razão foi embora. Não há como explicar, que nessa época de penúria financeira do futebol brasileiro, o Atlético provoque causa para esvaziar o apelo popular que tem um jogo contra o Flamengo.

Todos os elementos, em teoria, estão presentes para atrair mais de 30 mil torcedores à Baixada: o horário, porque o de 11h da manhã de domingo se tornou um horário nobre por cativar famílias; o Flamengo, que é a marca mais valiosa do futebol brasileiro; o Atlético, que está recuperando a confiança da sua torcida; e a Baixada.

No entanto, nenhum desses elementos sensibiliza a intransigência pessoal de Mário Celso Petraglia. Comercial, com certeza não é. Pela sua lei, presumindo-se torcida única, quatro mil flamenguistas não poderão entrar, frustrando o ganho de 500 mil reais. Se entrarem, por essa lei, serão tratados como intrusos e marginais. A beleza e a emoção de um jogo como esse não estão limitadas e não se esgotam no campo. Ao contrário, são dependentes da influência da arquibancada. O próprio Furacão esvazia o espetáculo.

Petraglia eu entendo bem.

Só não entendo que um representante do Ministério Público seja sócio de um cartola insensível, nessa manipulação do direito popular sonegado pelo título de torcida única.

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Pelo movimento das redes sociais, o técnico Tcheco não terá uma vida fácil no comando do Coritiba. A sua confirmação continua provocando uma reação negativa na torcida.

Não há nada pior para um treinador assumir sob a desconfiança da arquibancada. E Tcheco não é o técnico que chega e tem o direito de gastar um tempo até conhecer os jogadores e projetar um modo de jogo. Já estando no clube há tempo, e participando das decisões do futebol desde janeiro, o novo treinador terá a obrigação imediata de fazer o time jogar bem e ganhar.