Ecos da rodada

1º) Por mais que tenha crescido, o Athletico não consegue introduzir o Paraná como um segmento de grande centro do futebol brasileiro. Sozinho, no aspecto nacional, é apenas uma apêndice, uma espécie de caráter emergente. Mas o Furacão também não colabora.

A média de público dos grandes times na primeira rodada dos estaduais foi de 35 mil pagantes. Nos jogos de Inter e Grêmio, no Rio Grande do Sul, de Galo e Cruzeiro, em Minas Gerais, de São Paulo, Palmeiras e Corinthians, em São Paulo, e Flamengo, no Rio, a imagem era de massa popular. Na Baixada, na volta com a glória do título da Sul Americana, 6 mil torcedores, absorvidos pelo vazio de 34 mil lugares.
Não se pode culpar a torcida.

O regulamento do sistema biométrico continua sendo o grande vilão, onerando, ainda, mais, o valor do ingresso alternativo.

2º) Um amigo e coxa dos grandes, entendeu como ironia e recusou o parabéns que lhe dei pela goleada (4×0) do Coritiba sobre o Foz. Compreendi a sua recusa. É o sentimento de mágoa que permanece dominando os coxas por ter que repetir a segunda divisão nacional.

Mas talvez não seja só de mágoa. Antes dela, deve estar a desconfiança que sempre causa uma goleada sobre um pequeno. E ainda mais por um time que não tem sequer um mês de vida. Insisto que o Coxa tem que seguir um único princípio: um jogo de cada vez. Não adianta projetar o futuro.

3º) O professor Rafael Guanaes já pode ser remetido para a história do Athletico. Nem que seja em um rodapé, terá que ser lembrado. Não há notícia histórica de um técnico que, na sua estreia, já foi vaiado e chamado de burro.

Tenho desconfiança do motivo dessa reação fora de tempo (afinal era o primeiro jogo): por idolatrar Tiago Nunes, a torcida do Furacão vai negar a Guanaes o direito de errar, como errou ao tirar Matheus Anjos.

4º) É inusitada essa medida do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paranaense de Futebol: a pedido de sua Procuradoria, afastou o critério de torcida única na Baixada durante o Campeonato Paranaense. O Athletico entende que o órgão não tem competência. Pois entendo que tem e fez bem. Alguém, em algum momento, deveria agir. Aliás, está na hora do Procon agir contra o regulamento do sistema biométrico da Baixada, que limita o direito contratual de uso do associado.