Campo de intenções

O árbitro Raphael Claus. Foto: Wallace Teixeira/Estadão Conteúdo

Não gosto de olhar para trás, mas a nostalgia às vezes me purifica. Daí eu ter recorrido à ela para concluir que com o VAR não há mais erro involuntário na arbitragem do futebol brasileiro. Todos os erros – em especial os que precedem o uso do vídeo, e por serem os árbitros obrigados a buscarem nele a correção – não estão mais no campo das boas intenções.

Bem por isso, usei uma pergunta que se fazia no passado: quem vai apitar Athletico x Internacional, pela primeira partida da final da Copa do Brasil? Não é pouca coisa. É a final mais importante do calendário brasileiro.

Vale R$ 52 milhões e uma vaga de grupo da Libertadores. Para o Furacão, que está à procura de um currículo com mais títulos nacionais, muito mais importante.

A CBF indicou o paulista Raphael Claus.

Pelo pouco que eu sei, tem uma virtude: não é dependente do VAR. Trato esse fato como virtude, porque o vídeo tem sido o responsável pelos maiores erros de arbitragem do futebol brasileiro. Em regra, o árbitro o está usando não para sanar uma dúvida, mas para confirmar uma intenção. Em regra, péssima intenção. Então, o árbitro que procura exercitar ao máximo a sua independência que origina da lei, passa a ser mais confiável.

Decadência

Há tempo escrevi que, recuperado da contusão, Wilson deveria voltar ao gol do Coritiba. Recuperado, ao invés de voltar, foi embora. A diretoria do Coxa tanto que fez para se livrar daquilo que conceituava como um “peso financeiro” que influiu no espirito de Wilson para aceitar a proposta do Galo.

Foto: Jonathan Campos

Resultado: o Coritiba ficou sem um goleiro confiável. No segundo gol do Atlético-GO, Muralha estava mal colocado. Escrevi, também: sem Wilson, Muralha não teria mais sombra. Pior: teria o fantasma de Wilson.

Pelas essas circunstâncias, Muralha não terá o direito de errar.

Isso é terrível para um goleiro.