A última imagem pode, às vezes, não ser fiel aos fatos que a precedente. Então, usada como referência, pode provocar conclusões injustas.

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Não foi o caso da última imagem que ficou do Brasil ao sair da arena de São Petersburgo: Neymar ajoelhado, cobrindo o rosto, supostamente chorando.

Não há tese ou análise técnica por mais perfeita, que explique melhor do que essa imagem de Neymar, a vitória do Brasil sobre a primária Costa Rica.

Foi o resumo perfeito, por ser didático e ao mesmo tempo profundo, pois ao desabar de joelho e supostamente chorar, Neymar escancarou como é frágil. Se o único grande jogador explode emocionalmente depois de uma vitória contra a Costa Rica, é sinal que o time ganhou consciência das suas limitações. E o Brasil tinha apenas acabado de fazer o segundo jogo,  em uma fase eliminatória que oferece múltiplas possibilidades de classificação.

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E a conclusão não pode ser outra.

Desta vez, ao contrário do empate com a Suíça, não teve a ansiedade da estreia, o ferrolho suíço dosado com violência ou erro de arbitragem, argumentos usados pelo técnico Tite.

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Desta vez foi contra uma Costa Rica de versão primária, de cinturão defensivo usado apenas para cercar, sem usar de violência, e despretensiosa porque no fundo sabe que está passeando na Rússia. E ainda assim as limitações do time transformaram a vitória certa em vitória ocasional muito mais pelo exaurimento adversário.

O futebol desprezível do primeiro tempo melhorou um pouco com Douglas Costa no lugar de Willian. Não obstante, as limitações individuais e táticas continuaram gerando peso emocional no time. Então, uma vitória certa foi transformada em possível e acabou sendo ocasional com gols marcados em razão do exaurimento adversário. Como os de Coutinho e de Neymar, marcados no final.

Em um jogo contra um adversário sério (não é o caso da Costa Rica), buscar solução com Firmino, Jesus, Neymar, Coutinho e Douglas Costa juntos é uma atração para a fatalidade. No futebol de todas as funções equilibradas, é o exemplo mais puro do desespero.