A bola está com Ratinho

Governador Ratinho Júnior ao lado do empresário Luciano Hang, dono da Havan, na final da Copa do Brasil de 2018, entre Athletico e Internacional. Foto: Reprodução Instagram

A secretária municipal da saúde, a senhora Márcia Huçulak, afirmou que “a pandemia chegou”. E para conclusão foi preciso ouvir o doutor Mandetta. Dito de outra forma:  se dependesse da avaliação dos agentes municipais, a pandemia ainda estava a caminho de Curitiba. Com todo respeito, inverteu-se a sugestão de Jô Soares quando certa vez falou: “Nunca faça graça de graça. Você é humorista, não político”.

Só um simples exemplo da insegurança que o despreparo do município vem provocando. Na segunda, o seu secretário de esportes, Emilio Antonio Trautwein, liberou o Athletico para treinar no CT do Caju. Ontem, a saúde proibiu. 

Uma nova ordem virá amanhã, agora, através da caneta do governador Ratinho que, aliás, estava demorando para intervir. Afirmo esse fato, por ser o governador a única liderança politica do Paraná. Nesta pandemia, pode-se concordar ou discordar de seus atos, mas não se pode negar que eles só têm interesse em preservar os valores a qualquer título, (a vida, em especial) da população. 

É melhor para o futebol paranaense. Se é imposição da CBF encerrar os estaduais, a ordem restrita pelos municípios não irá resolver o plano geral.  Não se pode autorizar jogo em Ponta Grossa ou em Cascavel, se em Curitiba o futebol está sendo impedido pela política de Greca.  

Não se tem notícia de que, um profissional do futebol tenha contraído o vírus depois da volta aos treinamentos. Talvez, um ou outro caso isolado, mas sem exercer a influência na disseminação. E, isso ocorre, em razão do exemplar processo médico e sanitário que os clubes adotaram e cumprem. E há que se considerar o fato, talvez, mais relevante: os profissionais que são os únicos expostos a riscos não se insurgiram contra o retorno ao trabalho.

 O futebol não reclama privilégios. E nem deve tê-los.  Apenas exige que o poder estatal ganhe a consciência de que se há risco de aumentar a pandemia, o seu foco não passa pelos centros de treinamentos dos clubes.

De qualquer maneira, a decisão do governador para o futebol profissional tem que ser específica. Abrindo ou fechando não pode é remetê-lo para a generalidade das “atividades esportivas”.