A bela goleada da contradição

O futebol é tão especial, que até as suas contradições provocam emoções. Em regra, somos preparados pelas mais diversas teorias para ver um jogo. De repente, as teorias se desmancham, o jogo é apanhado pela contradição, que é próxima do inesperado.

O Atlético que estreou no Brasileiro, ganhando da Chapecoense (5×1) na Baixada, foi a contradição em estado puro. Parecia bonito vê-lo jogar no primeiro tempo: trocando passes, ambicioso com ou sem a bola, querendo criar uma nova versão do futebol total com a ocupação de espaços pela variação de jogadores e funções, enchia os olhos.

Mas essa beleza tornou-se inócua, subtraída pela falta de objetividade para chegar ao gol catarinense. E muito pela insistência de escalar Ribamar (quem é, afinal, o seu padrinho?) no comando, que implica numa contradição graduada, pois o atacante é incapaz de acertar um passe em um palmo de grama.

Sem Ribamar, o Furacão deu as costas para a beleza. No intervalo, Fernando Diniz o corrigiu, tornando-o objetivo. Trocava passes, ocupava por inteiro os espaços em direção ao gol. Só que agora com bolas mais alongadas, jogando pelos lados, alcançou a supremacia técnica e individual. O gol da Chapecoense (1×0), no início do segundo tempo, foi imediatamente absorvido.

E o time que havia trocado mil bolas no primeiro tempo acabou goleando com um jogo mais objetivo do que bonito. O gol de cabeça de Pablo, foi de um cruzamento longo de Carleto, sem troca de bolas; o segundo gol, de Nikão, de rebote de um chute de Carleto; depois, o gol de falta de Carleto, seguido do belo gol de Rossetto em razão da sua individualidade. E por último, o quinto de Ederson o mais importante sob o aspecto tático: o goleador era apenas um dos 5 atleticanos que subiram ao ataque para aproveitar um lançamento que viria da direita.

Rossetto foi o melhor em campo.

Melancolia

Não há nada tão ruim que não possa piorar. E o Coritiba está aí para provar que os ingleses têm razão. Se já humilha a torcida jogar uma segunda divisão, deve ser traumático perder por 2×0 para o Sampaio Corrêa, do Maranhão, com um estádio sem nenhum torcedor, e sem dar um único chute a gol.

Nem mesmo o fato de ter sido a estreia de um novo time cria atenuantes para o fracasso. Seria possível até considerar esse fato se o jogo do time do presidente Namur ficasse no estágio de ruim. Avançando sem nenhuma consciência, acabou indo bem longe: alcançou a mediocridade.

A demissão do treinador Sandro Forner tem um caráter populista, mas prova que o clube está sendo dirigido por amadores. Só depois de quatro meses seus dirigentes concluíram que estavam errados.

De primeira

Dia histórico para o futebol paranaense. Depois de 10 anos, o Paraná volta a jogar a 1ª. divisão. Hoje, 20 hs, contra o São Paulo no Morumbi. Amanhã estará aqui o seu jogo.