Opinião

Fechado para contar as vítimas

Foto: Felipe Rosa/Arquivo/Tribuna do Paraná.

Pretensioso, como se fosse uma autoridade, um dia desses, Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol, foi à sede da Prefeitura Municipal de Curitiba. Apresentando-se, veja só, como a autoridade máxima do nosso futebol, queria tratar com o prefeito Rafael Greca sobre a volta do Estadual. Passado um bom tempo (uma hora, talvez), não foi recebido por Greca.

Agora, Hélio Cury quer ir com os presidentes dos clubes ao governo do Estado, manifestar a vontade de jogar o saldo do Paranaense a partir de 19 de julho. É melhor não ir. Indo, se for recebido, a proposta da volta do Estadual será recusada. 

Se já existiam motivos para o impedimento do retorno dos jogos, Athletico e Coritiba, que são os favoritos à final do campeonato, oferecem os motivos definitivos. No Coritiba, há um funcionário internado em estado grave, em razão dos efeitos do coronavirus. No Athletico, que é o modelo para tudo no futebol, o estado é mais temerário: em duas semanas, onze profissionais, entre jogadores e comissão técnica, acusaram o vírus, obrigando-se ao isolamento.

Com os péssimos exemplos do Furacão e do Coxa, é de se perguntar: qual a garantia de proteção contra a disseminação que, os outros, que não têm condições financeiras, podem oferecer? Qualquer caderno de prevenção que a FPF e os clubes supostamente tenham preparado para o retorno do campeonato, já está amarelado com esses casos de Athletico e Coritiba.

As agendas de Greca e Ratinho (de Greca, em especial) estão ocupadas para explicarem o número de mortes que vêm ocorrendo no Paraná. Não pode perder tempo com um futebol, em que Hélio Cury se apresenta como “autoridade máxima”.

Lembrança

Quando eu vejo um jogo do Real Madrid de Zidane, lembro do Coritiba, do capitão Hidalgo. E não é sob o aspecto técnico, ao contrário, aquele Coxa jogava mais que esse Real que está para ser campeão espanhol.

O fato que me provoca lembrança é outro. O Coritiba, do capitão Hidalgo, ganhava os Estaduais, porque era insuperável tecnicamente. Mas, quando não estava conseguindo, ainda lhe restava uma esperança: um pênalti. 

Com o Real está sendo assim. Quando não parece não lhe restar mais nada, o árbitro arruma-lhe um pênalti para Sergio Ramos fazer 1×0.