Opinião

Torcida humana, uma falácia

É incontrolável a cultura pessoal de litigar de Mario Celso Petraglia. Como a sua pessoa é incapaz de se dissociar da do cartola, anima o Athletico ir à Justiça, mesmo em causas de riscos. Há tempos, cheguei à conclusão que os códigos de lei para o presidente do Furacão são livros de apostas.

Agora mesmo, o Athletico tornou público que processa o Coritiba buscando ganhar uma indenização por danos morais tendo como causa o fato de que em um Atletiba, os coxas gravaram na camisa “Torcida humana: mais uma falácia; Torcida humana: ideia pathetica”.

A questão é: onde está a ofensa à honra do Furacão, nessas mensagens? No conflito de paixão pelos meus valores, ganham o jornalismo e o direito. Talvez, isso aumente o valor do meu sentimento atleticano.

No caso, a análise para concluir pela ocorrência ou não de ilícito capaz de gerar danos morais, não pode ser esgotada na simples leitura das mensagens. Para fazer essa análise, é necessário introduzi-las dentro do ambiente em que as coisas se passaram.

Vamos lembrar. Para impedir o acesso à Baixada das torcidas adversárias, Petraglia criou o que na época tratei como um ardil: permitia que a torcida adversaria entrasse na Baixada, desde que não vestisse a camisa do seu clube, e assistisse ao jogo misturada com os atleticanos. Para esse projeto deu nome: “torcida humana”.

Para o Atletiba, o Coritiba conseguiu uma ordem judicial para exigir que o Athletico, abrisse um espaço isolado para a sua torcida assistir ao jogo. E, foi jogar, vestindo a camisa com as citadas frases.

Deve-se partir da premissa que o próprio Athletico provocou os coxas ao pretender submetê-los ao ardil da “torcida humana”. E, nas frases, o que existe é apenas uma crítica irônica, porque a expressão “falácia” foi usada várias vezes como adjetivo por Petraglia para constranger a torcida atleticana. Petraglia tomou do próprio veneno, e não gostou. E, a expressão “pathetica”, foi usada, como uma analogia à nova grafia do nome do Athletico.

Atribuem ao saudoso Jofre Cabral e Silva o apelido “coxa”, adotado pelo Coritiba. Era época da Segunda Grande Guerra, supondo-se que Jofre quis associar o Coritiba à Alemanha nazista. O Coritiba não só não processou o Athletico, como adotou o apelido “coxa” como a sua marca.