Opinião

Quase uma escola

Foto: Miguel Locatelli/Athletico.

Depois de 30 dias de férias vividas com intensidade, sem bola e sem compromisso com o corpo e com a alma de atleta, o que significam seis períodos em quatro dias de treinamento? Um cientista do corpo humano (é o que não falta no Caju), não significa absolutamente nada. No entanto, o Athletico foi brilhante no empate a dois gols no jogo em San Juan, contra o Racing, campeão argentino. Em alguns momentos, parecia que 2019, não havia terminado.

Como explicar essa envergadura técnica e individual do Furacão que, em tese, está contra todos os princípios da ciência? Por ser leigo ao comportamento do corpo humano do atleta após 30 dias de férias, pego a esteira das ideias gerais do futebol, que permitem adotar uma presunção: a fidelidade do Athletico à filosofia de jogo definitivamente implantada por Paulo Autuori, não se submete aos efeitos das transições em razão de mudanças de treinador e jogadores. O Caju está se transformando em uma escola com suas tradições, através de uma cultura de lições que, no máximo, é atualizada.

Então, tudo se torna lógico e possível. Inclusive jogar bem contra o campeão argentino, ainda, que o corpo esteja salgado pela água do mar.

Atração

Muitos coxas perguntam-me se eu conheço e o que eu acho de Eduardo Barroca, novo técnico do Coritiba. Inspirado em Fernando Pessoa (Uma tarde clerical), respondo: conheço-o muito bem, de ouvir falar. Com seu estilo bonachão, meio largado, Barroca pode pegar o bonde da jovem aristocracia de treinadores do Brasil, em já estão Tiago Nunes e Roger Machado. É preciso que o treinador tenha a consciência do que representa o Coritiba nesse momento da sua vida profissional. Sem nenhuma ousadia, tentarei ajudá-lo: o Coxa passa a ser para Barroca, o que o Furacão foi para Tiago Nunes.