Opinião

Furacão ganha com lágrimas

Choro de Kayzer foi o símbolo da vitória do Athletico | Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna do Paraná

Se o Athletico tivesse goleado o sofrível Fortaleza jogando o que não sabe, não seria tão importante como ganhar como ganhou: 2 a 1 na marra, aos trancos, e com o gol da vitória já improvável no último minuto. Essa contradição é uma das extravagâncias do futebol.  Às vezes, é necessário tomar repetidas lições de humildade para provocar a consciência dos limites de um time. Descobertos, sobrepõem-se às falsas virtudes.

Entre as lições que deixou, Puskas, ensina que, às vezes, os quinze minutos de intervalo, são os mais importantes de um jogo. Ensina o imortal húngaro, que nesse momento, é possível resolver as diferenças, inclusive pessoais, entre jogadores e treinador.

Concertado taticamente com Abner na esquerda, Cristian no meio, e Erick na direita, o time voltou como se fosse um comboio de bravos. Consciente das suas limitações, descobriu que, ainda, restava o último seu último recurso: a vergonha que é não buscar a compensação de suas deficiências. Com vergonha na cara, correu, bateu, brigou e com gols de Carlos Eduardo e Kayzer, ganhou por 2 a 1. O simbolismo desse fato, foram as lágrimas de Kayzer depois de marcar o gol da vitória.

Está explicado, então, porque uma goleada não seria tão importante como foi a vitória conquista como se fosse um maiúsculo o ato de fé. Se jogasse bem e goleasse, continuaria mascarando a absoluta falta de qualidade desse time formado pelo CEO Mário Celso Petráglia.

 Kayzer decidiu o jogo. E, ainda, pode ter criado o símbolo da recuperação.

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Vitória com empate

Sempre que estreia um técnico (e, agora, são cinco), o Coritiba se dá bem. Já tinha sido, assim, com Barroca, Mozart, Jorginho e Pachequinho, e agora foi com Rodrigo Santana. No Beira Rio, empatou em 2 a 2 com o líder Internacional, um jogo que merecia vencer.

Dirão que o Coxa jogou 90 minutos se protegeu atrás com um ferrolho. É verdade, mas no sentido prático, foi o time que teve as melhores oportunidades para marcar. E, se não marcou, foi porque a solução deve esteve nos pés envelhecidos de Ricardo Oliveira.

O ponto ganho não se limita a sua simplicidade. Ganhou um ponto quando a derrota já estava na sua conta, e onde, os que estão lutando contra a queda, quase nada ganham.

O zagueiro Sabino, outra vez, o melhor. 

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