Antiga lição

Quem conhece a história do futebol, conhece o fato. Em 1954, na Copa da Suíça, os húngaros comandados por Puskas eram tão favoritos que o técnico alemão Sepp Herberger, já não tendo mais o que dizer, repetia: “A bola é redonda e o jogo tem noventa minutos”. A lógica perdeu o jogo, e a Alemanha ganhou a Copa.

Bem que a frase poderia ser usada pelo o treinador do Toledo, o capacitado Agenor Piccinin. Uma análise, em tese, do jogo final da Taça Barcímio Sicupira entre Coritiba e Toledo é no mínimo curiosa.

Sabe-se que, pela lógica do futebol, ganha o maior por sugerir possuir um time superior. Então, em condições normais, seria possível prever, com o mínimo risco de erro, uma vitória do Coritiba sobre o Porco, no jogo do Couto Pereira.

Poucas vezes um clube histórico, o maior vencedor de Estaduais, e até 2001 o maior do Paraná, conseguiu reduzir a importância da lógica.

É que futebol jogado pelos coxas é tão precário, que não sugere que o seu time seja superior ao Toledo. Aliás, a própria lógica não poderia ser invocada quando um vencedor é escolhido pela exclusão do menos ruim, em razão do baixo nível deste campeonato.

É isso, então. Se o Coritiba é o favorito para ganhar a “Sicupira” não é por ter um time superior, mas porque joga em casa e diante da torcida.

Mas não se pode esquecer: “A bola é redonda e o jogo tem noventa minutos”.

Motivo

Já a algum tempo, o Athletico vem recusando locar a Baixada para shows de grande apelo popular. Por isso, Roger Waters cantou e Paul McCartney irá cantar no estádio Couto Pereira. E, agora, recusa o UFC “por estar em decadência no Brasil”, segundo Mário Celso Petraglia.

O jornalista Diogo Souza, da Tribuna do Paraná, o maior especialista em UFC, atribui a não realização do evento à conduta ambiciosa do senhor Furacão.

Por mais fortes que sejam os motivos expostos, deve existir um que sobrepõe a todos: o Athletico, simplesmente, não deve estar precisando de dinheiro.

Aliás, nem sei qual a razão de escrever sobre esse tema. Não considero o UFC um esporte. E, aos poucos, estou me convencendo de que o futebol americano é qualquer coisa, menos um esporte.