Almofadinha x Alemão

Coritiba venceu o Londrina e vai encarar o Athletico na final. Foto: André Rodrigues

Para tudo na vida há um consolo, é uma antiga lição.

E no futebol não é diferente.

Para lustrar a aparência rústica desse Estadual, só mesmo um Athletiba. E é no de “clássico da rivalidade” que será decidida Taça Dirceu Krüger, o segundo turno do campeonato.

Nada mais justo. O peso do Athletiba não se esgota no seu forte simbolismo. Ao contrário, é esse simbolismo que, regra geral, imprime o significado de superioridade.

O Furacão, com um monte de meninos que, ainda ontem, estavam no berço, cativou. Jogando um futebol cheio de apetite ofensivo que produziu goleadas, encantou. O Coxa não teve esse brilhantismo técnico, porque não pode se preocupar com excessos. Em época de recuperar o tempo perdido, só tem que vencer. Joga sempre com a faca no peito.

Na Baixada, o Athletico ganhou do Rio Branco, 3×0. Um jogo absolutamente dirigido pela lógica do melhor. O Furacão foi tão superior que, às vezes, parecia ter jogadores em duplicidade. O gol de bicicleta do jovem Bill foi o resumo da jornada rubro-negra nesse returno. Espetacular.

No Couto Pereira, o Coritiba ganhou um jogo tenso, que perdia para o Londrina: 2×1. No relento no primeiro tempo, organizando-se tecnicamente no intervalo, ganhou o domínio do meio. Recuperando a consciência do ruído e do estrago que a eliminação causaria para todos, voltou sério. E, assim, comandado pelo incrível Rodrigão, sobrepôs-se ao Turbarão. Os coxas, embora felizes, continuam incomodados por uma dúvida: o que significa para um time que precisa voltar ao Brasileiro ser comandado por Rodrigão?

Empresto da obra maior da literatura esportiva do Paraná, “Atletiba: A paixão das multidões”, de Carneiro Neto e do saudoso Vinicius Coelho, uma ilustração tirada do fundo da história do grande clássico, coisa de 95 anos.

Os coxas declamavam: “O almofadinha, come tripa de galinha, vai dizer à namorada, que comeu macarronada”. E, os atleticanos repicavam: “Atrás daquele morro, nasceu um pé de mamão, jogar com o Coritiba, é combater alemão.”

Sou um apaixonado por Athletiba.

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