A Queda

Neymar segue treinando com a seleção brasileira. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Na Baixada, contra o Fortaleza, o Atlético joga pela Copa do Brasil.

E passa a jogar com a obrigação de vencer.

O atleticano já está cansado das quedas precoces do Furacão no torneio.

Vamos ao “romance de Paris”.

Por estar convencido que pode tudo, Neymar não tem a mínima consciência do que está ocorrendo em sua vida pessoal e na sua carreira de jogador. Se lhe fosse dado o direito de raciocinar, já estaria convencido de que o seu pai é o seu grande problema.

O velho Neymar foi um bom educador para o filho ganhar dinheiro jogando futebol. No entanto, esqueceu de ensiná-lo, pelos mais diversos motivos de não era um bom exemplo a ser seguido.

Talvez, Neymar teria aprendido desde jovem que o homem e o craque constituem um ser único. E, que nesse mundo, quando o homem se desgarra, é capaz de enterrar o jogador. Não acredito, que lá em Paris onde os Neymar moram, o velho tenha programado na agenda do filho, a leitura de “A Queda”, de Alberto Camus. É o conto da vida do advogado que pensou que era maior do que o homem. Um dia, cansado de maus-tratos, o homem se revolta e joga-o fora.

Essa acusação de estupro, embora grave, é apenas um dos problemas de Neymar. Para quem foi educado a viver perigosamente, faz parte da vida. Logo virá uma sentença na Espanha, condenando-o por falsidade ideológica e fraude.

E, assim, o jogador Neymar ficará sem história para contar.

Na história de jogadores, ninguém atraiu mulheres mais do que Pelé. As francesas, então, esperavam todo o ano pelo “Torneio de Paris”, para jogarem-se nos braços do Rei. À margem das suas relações oficiais, teve uma prole. Se resistiu em reconhecer uma ou outra filha, foi no exercício de um direito. Nunca foi acusado de um desvio de comportamento, pois tudo o que fazia tinha como base os princípios ditados por seus pais.

O que teria ocorrido em Paris e a reação defensiva de Neymar, usando o princípio stalinista de desmoralizar a suposta vítima, não me sensibilizam como tema.

O “romance de Paris” deixou, definitivamente, o exemplo para os pais de futuros craques: a formação pessoal do homem tem que anteceder a do craque. Em um dado momento, os dois irão se juntar e precisam viver com respeito mútuo.