A história de Carneiro Neto

Foto: Rodrigo Cunha

É feliz o homem que tem uma história para contar. Para ele, tudo fica mais simples: sem risco de chegar atrasado, faz uma viagem no tempo, para visitar as épocas anteriores de sua vida. Talvez, por isso, que Fernando Pessoa escreveu “para viajar basta existir”.

Carneiro Neto, o “Juca” de seu Armando e da doce Josefina, foi o maior narrador de futebol de todos os tempos do rádio paranaense. Ele tem uma história para contar. Na sua obra “É disso que o povo gosta”, sai do berço onde nasceu para chegar aos dias atuais. O leitor tem contato direto com a história de ideais intransigíveis, do amor ilimitado pelo jornalismo em geral, mas pelo rádio em especial, tendo como fundo único e definitivo o futebol.

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Confesso-me um leitor de privilégios, como se fosse um eleito, porque eu sou capaz de ler o que não está escrito.

A história de Carneiro é também o exemplo de ética e moral que são valores imprescindíveis para o jornalismo.

O lançamento do livro “É disso que o povo gosta” será hoje, a partir das 18h, na Livrarias Curitiba do ParkShopping Barigui.

Jogando o futuro

Naquela noite de 1985 no Maracanã, se o Coritiba perdesse o título brasileiro para o Bangu, ficaria o sentimento de perda, mas a vida seguiria em frente. As consequências eram muito mais emocionais.

As coisas mudaram. Hoje, uma perda no futebol leva necessariamente a outros traumas que podem ser fatais. A vida segue em frente, mas cheia de intensos conflitos.

Talvez o período em que disputava o título brasileiro foi tão importante para o Coritiba como será a partir de hoje na Segundona. Em Cuiabá, o Coxa passa a jogar o seu futuro. É que só com a volta ao Brasileirão terá o mínimo de proteção material para sobreviver. E só sobrevivendo é que conseguirá um dia a voltar viver intensamente a sua vida de grande.

O grande problema é que não há ninguém de comando que conscientize os jogadores dessa razão que o Coritiba tem para voltar ao Brasileiro.