Com o passar dos anos, os pelos brancos começam a aparecer, o passo fica mais lento e o olhar mais sereno. Quem convive com um animal de estimação sabe: o tempo também passa para eles. Mas o amor — esse não envelhece nunca.
Cada vez mais tutores estão descobrindo os desafios e as recompensas de cuidar de cães e gatos na terceira idade. O avanço da medicina veterinária, das vacinas e da alimentação de qualidade fez com que nossos companheiros vivessem muito mais. E, com isso, surgiu uma nova fase de aprendizado: entender as doenças e as necessidades que vêm com a velhice.
Quando o corpo desacelera
Entre as doenças mais comuns estão a artrose, que limita os movimentos; o diabetes, que exige disciplina e monitoramento diário; e a Síndrome de Disfunção Cognitiva, considerada o “Alzheimer dos pets”, que causa confusão, desorientação e mudanças de comportamento.
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“É emocionante ver como os tutores estão se dedicando aos seus animais idosos. Hoje já existe fisioterapia, acupuntura, dietas especiais e acompanhamento psicológico — tudo voltado ao bem-estar deles”, explica a veterinária Dra. Marcia Silva, especialista em geriatria animal.
Pequenas mudanças, grandes diferenças
Para um pet idoso, cada detalhe conta. Um tapete antiderrapante pode evitar quedas dolorosas. Uma caminha mais macia alivia a dor nas articulações. Uma escadinha para ele subir na sua cama. A comida certa ajuda a controlar o peso e proteger os órgãos.
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Mais do que isso, o que faz diferença é o afeto. Um carinho a mais, um passeio mais lento, uma noite de sono tranquila ao lado do tutor — são gestos simples que transmitem segurança e amor.
O abandono e o recomeço
Infelizmente, muitos animais são deixados para trás quando envelhecem. Nos abrigos, voluntários relatam que é comum ver cães e gatos idosos esperando por um novo lar, muitas vezes após anos de lealdade. Mas há esperança: cresce o número de pessoas que decidem adotar um pet idoso, oferecendo conforto e companhia em seus últimos anos.
“Um animal velho te ensina sobre paciência, gratidão e amor incondicional. Eles não pedem muito — só querem continuar sendo amados”, conta emocionada Arminda Silveira, voluntária em uma ONG de Curitiba que mantém um espaço exclusivo para cães idosos.
Amor até o fim
Cuidar de um animal idoso é um ato de amor profundo. É retribuir, com carinho e dignidade, tudo o que eles nos deram durante a vida. É aprender que o amor verdadeiro não depende de energia, juventude ou vitalidade — mas de presença.
Eles podem caminhar mais devagar, mas o vínculo que construíram com seus tutores continua firme. E, no fim das contas, é isso que realmente importa: acompanhar até o último suspiro quem nunca deixou de nos acompanhar.
