Conversamos com a Médica Veterinária Fernanda Bacellar, responsável técnica da Clinica Castramóvel Brasil que possui um dos veículos adaptados mais modernos do mercado, sobre a importância das Campanhas Públicas Massivas de Esterilização de Cães e Gatos.
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Sobre esse tipo de ação a Prefeitura de Curitiba é destaque nacional, castrando dezenas de milhares de animais anualmente em um programa iniciado em 2016 quando eu coordenava a Rede de Proteção Animal da Prefeitura. O ideal é que todos os municípios tenham seus programas de castração. O governo federal colocou em destaque para o orçamento de 2024, recursos para esse fim.
Em 2010, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicou a resolução nº 962, que normatizou os procedimentos de castração em cães e gatos em Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (UMEES), mais conhecida como Castramóvel.
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Essa resolução foi de extrema importância para a sociedade como um todo e, claro, para os bichinhos. Os projetos encabeçados pelo Poder Público vão muito além de um procedimento cirúrgico realizado em larga escala e de forma gratuita. Em paralelo à cirurgia em si, ocorre a educação socioambiental da população.
Essas atitudes aliadas reduzem consideravelmente os números de abandono e maus-tratos animais, conscientizam sobre e melhoram a saúde dos animais de estimação e minimizam consideravelmente a transmissão de zoonoses (doenças transmitidas de animais para humanos ou de humanos para animais).
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Para ocorrer a atuação do Castramóvel, é preciso a apresentar um projeto para o Conselho Regional de Medicina Veterinária. Neste projeto, sempre são considerados fatores de risco social, como superpopulação animal (animais domiciliados, semidomiciliados ou em situação de rua), quadro epidemiológico e comunidades de baixa renda. Desta forma, o Poder Público atende a população que realmente precisa de assistência.
A importância da castração de cães e gatos para a sociedade
A castração de cães e gatos reduz e, por vezes, elimina o risco de inúmeras doenças que podem acometer os animais. Além disso, diminui o perigo de fugas dos animais (machos) e da agressividade que ocorre por conta de fatores hormonais.
Além disso, evita gravidez indesejada dos animais, que acaba acarretando abandonos, maus-tratos e superpopulação.
Com o controle de natalidade em grande escala realizado através da iniciativa pública, temos uma sociedade bem melhor, mais saudável e mais segura para a população humana e animal.
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O controle populacional e a saúde dos animais domésticos interferem diretamente na saúde pública. A superpopulação de cães e gatos gera inúmeros problemas para os seres humanos, quando ninhadas indesejadas são abandonadas e envolvem-se em acidentes de trânsito, ataques e mordeduras à população e são vetores potenciais na transmissão de zoonoses.
Para se ter uma ideia, se não houver o controle populacional de animais, uma ninhada de 12 cães pode chegar a resultar em mais de 80 milhões de cães ao longo de 10 anos de procriação ininterrupta (fonte: American Humane Association). A maior parte destes animais será abandonada ou semi-domiciliada, com acesso às ruas, vivendo em condições precárias e de maus-tratos, colocando em risco a saúde humana e de outras espécies.
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Por isso, o Poder Público tem papel fundamental e por obrigação em planejar, atuar e fornecer à população programas de guarda responsável e castração em massa. Pois, não se trata “apenas” do bem estar e saúde animal, e sim de direitos humanos no que diz respeito à segurança, à educação, à saúde e bem-estar do cidadão.