Curitiba completa 10 anos livre de carroças: um marco de civilização e respeito à vida

Foto: Daniel Castellano | Gazeta do Povo | Arquivo

Em outubro de 2015, Curitiba dava um dos passos mais importantes da sua história recente: a aprovação da lei que Proibiu a Tração Animal na cidade. A medida, sancionada na gestão do então prefeito Gustavo Fruet, marcou uma profunda transformação no olhar da cidade sobre os animais e sobre as pessoas.

Com coragem e sensibilidade, Gustavo Fruet apoiou integralmente a proposta desde o início, compreendendo que o respeito à vida animal e dignidade humana caminham juntos. Sob sua liderança, a Prefeitura de Curitiba articulou um amplo trabalho de transição social e inclusão para as famílias que dependiam da tração animal, mostrando que é possível avançar sem excluir ninguém.

A lei foi aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal, com articulação política do Líder do Governo, Paulo Salamuni, e o apoio de todos os vereadores e vereadoras, em um raro momento de consenso em torno de uma causa nobre.

Estive entre os idealizadores e responsáveis pelo desenvolvimento técnico e social da proposta. Na época atuava na gestão municipal como coordenador da Rede de Proteção Animal da Prefeitura de Curitiba. Promovemos um diálogo inédito com carroceiros, entidades de proteção animal e a sociedade civil, garantindo que a lei fosse implantada de forma humana e responsável. Antes de assumir a Rede fui Secretário de Turismo, e posso dizer que a aprovação dessa lei foi o maior orgulho que tive nos 4 anos da gestão.

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Ativistas históricas da causa animal, como Tosca Zamboni, Laelia Toinhozi, Rosana Vicente de Moraes, Andrea Barros, entre outras, também tiveram papel essencial nesse processo, colaborando com estudos e mobilizações que ajudaram a construir uma legislação justa, equilibrada e comprometida com a proteção dos animais.

Dez anos depois, Curitiba é uma cidade livre de carroças. Nenhum cavalo mais sofre nas ruas, e a capital paranaense virou referência nacional no tema, inspirando iniciativas semelhantes em outras cidades brasileiras.

Mais do que uma lei, essa conquista representou um avanço civilizatório. É o reflexo de uma gestão que soube unir técnica, empatia e vontade política para transformar uma antiga realidade em um novo símbolo de humanidade.

Curitiba mostrou ao Brasil que evoluir é possível — quando há sensibilidade, coragem e amor à vida.

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