Liquidação do Banco Master: o que aconteceu e como o investidor pode reaver seu dinheiro pelo FGC

Imagem editada a partir dos sites Banco Master e FGC

A liquidação extrajudicial do Banco Master, anunciada pelo Banco Central nesta semana, acendeu um alerta importante para investidores de renda fixa e reforçou um tema que muita gente só lembra quando ocorre uma crise: a segurança dos investimentos. Situações como essa são raras no sistema financeiro brasileiro — mas quando acontecem, é fundamental saber como agir, o que está protegido e como reaver seus valores de forma simples e segura.

Se você investe em CDBs, LCIs, LCAs ou outros títulos emitidos por bancos, entender o funcionamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é essencial para proteger seu patrimônio e evitar prejuízos em momentos de instabilidade.

O que significa a liquidação de um banco?

Quando o Banco Central decreta a liquidação extrajudicial de uma instituição financeira, isso quer dizer que ela perdeu condições de operar com segurança. Na prática, o banco deixa de funcionar e sua gestão passa para um interventor nomeado pelo próprio BC.

É importante destacar: o cliente não precisa “entrar na justiça” ou fazer nenhum tipo de ação desesperada para recuperar seu dinheiro. O sistema financeiro brasileiro possui mecanismos robustos para proteger os investidores — e o principal deles é o FGC.

O papel do FGC: a rede de proteção dos investidores

O Fundo Garantidor de Créditos é uma entidade privada sem fins lucrativos que protege o dinheiro do investidor quando um banco quebra.

A cobertura funciona assim:
• Até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira;
• Limite global de R$ 1 milhão renovado a cada 4 anos;
• A cobertura inclui o valor investido + a rentabilidade acumulada até a data da liquidação.

Isso significa que, mesmo no pior cenário — como o ocorrido com o Banco Master — o investidor tem garantia de receber seu dinheiro dentro desse limite.

Como saber se você foi afetado?

Você deve verificar sua situação se:
• Possuía CDBs, LCIs, LCAs ou qualquer título emitido pelo Banco Master, Letsbank ou empresas do grupo;
• Recebeu comunicado da corretora informando que parte da sua carteira foi impactada;
• Tinha conta ou saldo diretamente no banco liquidado.

Como solicitar o reembolso via FGC

O processo de restituição é simples e totalmente digital. Aqui vai um passo a passo completo:

1. Baixe o aplicativo oficial do FGC
É por ele que todo o processo será feito. O FGC não recebe solicitações por telefone, e-mail ou WhatsApp — isso protege o investidor de golpes.

2. Faça seu cadastro ou login
Você precisará de um documento com foto (RG ou CNH) para validar sua identidade.

3. Cadastre a conta bancária que receberá o valor
A conta deve ser de mesma titularidade (CPF ou CNPJ) do investidor impactado.
Não é permitido indicar conta de terceiros.

4. Solicite a garantia
O aplicativo mostrará automaticamente os valores que você tem direito a receber.
Será necessário assinar digitalmente o termo de cessão, autorizando o FGC a assumir o crédito perante o banco liquidado.

5. Acompanhe pelo aplicativo
O pagamento costuma acontecer em poucos dias úteis após a análise.
O prazo máximo previsto pelo FGC é de até três meses — mas historicamente é bem mais rápido.

    Importante: e se o valor investido ultrapassar R$ 250 mil?

    A parcela acima do limite do FGC entra no processo de liquidação do banco.

    Nesse caso, o investidor se torna credor na massa falida e poderá — ou não — receber alguma restituição no futuro.

    Cada caso depende do patrimônio do banco e da ordem de prioridade dos credores.

    Ainda assim, a maior parte dos investidores pessoa física costuma estar coberta dentro do limite.

    O que esse episódio ensina ao investidor?

    1. Diversifique emissores
    Evite concentrar valores altos em um mesmo banco — mesmo que ofereça taxas mais atrativas.

    2. Não escolha investimentos apenas pela rentabilidade
    Quanto maior o retorno oferecido, maior o risco implícito.
    Taxas “altas demais” sempre têm um motivo.

    3. Entenda a garantia antes de investir
    Nem todo produto tem FGC.
    Debêntures, CRIs, CRAs, FIIs e ações, por exemplo, não contam com essa proteção.

    4. Tenha uma carteira equilibrada
    Dividir entre títulos garantidos, renda fixa privada sólida e renda variável evita grandes impactos em situações inesperadas.

      A liquidação do Banco Master reforça algo que sempre repito aos meus leitores e alunos: investir não é só sobre buscar rentabilidade, mas também proteger o patrimônio. O Brasil possui uma das estruturas de segurança bancária mais sólidas do mundo, e saber usar o FGC a seu favor é parte fundamental da sua educação financeira.

      Se você foi impactado, siga o passo a passo com calma, utilize apenas o aplicativo oficial e acompanhe as atualizações.

      E lembre-se: crises pontuais não devem desanimar ninguém a investir — devem, sim, ensinar você a investir com mais inteligência.

      Quer mais insights sobre o mundo dos negócios e investimentos? Me siga no Instagram @marlon.roza

      Meu nome é Marlon Roza, sou seu Amigo de Negócios

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