Com a Selic em 14,75% e o bitcoin em alta, o que o investidor consciente deve fazer?
Nos últimos dias, duas manchetes movimentaram o mercado financeiro: o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu, mais uma vez, a taxa Selic, agora em 14,75% ao ano, e o Bitcoin ultrapassou os US$104 mil, chegando próximo a sua máxima recente. Diante desses dois extremos — um ativo extremamente volátil e outro símbolo da estabilidade —, surge a pergunta: onde investir agora?
É comum, nesses momentos, ver muita gente correndo para onde “está rendendo mais” ou onde “todo mundo está ganhando dinheiro”. Mas o investidor inteligente — aquele que pensa no médio e longo prazo — não segue a manada. Ele busca equilíbrio, estratégia e diversificação.
A atratividade da renda fixa
Com a Selic a 14,75%, o Brasil volta a ser um dos países com os juros reais mais altos do mundo. Isso significa que títulos como o Tesouro Selic, CDBs e outros ativos atrelados à taxa básica estão oferecendo rentabilidades líquidas e seguras, superiores à inflação e, em muitos casos, com risco praticamente nulo.
Para o investidor conservador — ou mesmo para quem está construindo uma reserva de emergência —, a renda fixa voltou a brilhar. E mais: diferente de alguns anos atrás, quando os rendimentos mal cobriam a inflação, hoje há uma oportunidade real de fazer o dinheiro trabalhar sem abrir mão da segurança.
E investir na Bolsa, vale a pena?
Por outro lado, a Bolsa de Valores brasileira (B3) está sendo negociada com múltiplos atrativos, especialmente em setores descontados como o de energia, bancos e commodities. Com a renda fixa pagando bem, muitos investidores acabam deixando de olhar para a Bolsa, o que pode criar boas janelas de entrada — desde que com análise e visão de longo prazo.
A renda variável exige preparo emocional. Se você vai investir nela, precisa entender que volatilidade faz parte do jogo. No entanto, empresas sólidas, com bons fundamentos e dividendos consistentes, continuam sendo excelentes oportunidades para quem busca crescimento patrimonial no tempo certo.
Bitcoin: ouro digital ou euforia?
E o Bitcoin, que voltou ao noticiário ao atingir a marca de US$104 mil, próximo a sua máxima histórica? O ativo, considerado o “ouro digital” por muitos, tem se mostrado resiliente mesmo em ambientes de juros altos — o que antes era impensável.
A explicação está na mudança de percepção global sobre os criptoativos. Com a chegada de ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, adoção por grandes gestoras e até mesmo o movimento de halving (redução da oferta) recente, o ativo voltou ao radar com força. Mas é preciso lembrar: Bitcoin é volátil. Muito volátil. Pode subir 20% em uma semana — e cair 30% na seguinte. Por isso, seu papel numa carteira deve ser muito bem dosado.
O segredo está no equilíbrio
O melhor investidor não é o que aposta tudo na alta do momento — é o que monta uma estratégia sólida, diversificada e coerente com seus objetivos.
Diversificação é a palavra-chave. Você pode, sim, ter Tesouro Selic para estabilidade, Bolsa para valorização e Bitcoin para exposição à inovação. O importante é saber o porquê de cada escolha, e não apenas repetir o movimento do grupo.
Lembre-se: seguir a manada pode até parecer confortável no curto prazo, mas costuma ser perigoso no longo. O investidor consciente entende o momento, respeita o próprio perfil e constrói seu patrimônio com inteligência.
Sou Marlon Roza, colunista de Negócios e Investimentos na Tribuna do Paraná, e o meu convite hoje é: reflita antes de aplicar. Porque quando o assunto é dinheiro, mais vale uma estratégia equilibrada do que um impulso mal calculado.
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Meu nome é Marlon Roza, sou seu Amigo de Negócios
