Vertigem e o risco de queda do idoso

Na vertigem o indivíduo refere ter uma sensação de movimento giratório, que se apresenta na forma de sensações onde os objetos giram em torno de si; e a sensação de ele próprio estar girando em torno dos objetos do meio. Em ambas as situações a vertigem pode vir acompanhada de sintomas como náuseas, vômito, que induzem a pensar primeiramente em distúrbios gástricos, além de palidez e extremidades frias que por vezes faz pensar em problemas cardiovasculares.

Porém o sinal característico nas crises de vertigem é o nistagmo, que é uma oscilação rítmica dos olhos; é composto por um movimento lento para um lado, seguido de um rápido para o lado oposto.

Portanto, conhecendo esses sinais e sintomas, podemos concluir que esses “desequilíbrios” constituem um risco de quedas para o idoso, que surgem com alta freqüência nesses grupos etários. Com a idade, verifica-se o envelhecimento de diversos órgãos receptores vestibulares e visuais, além dos órgãos centrais que integram as informações por eles recebidas. Também alterações ocorrem no sistema músculo-esquelético, onde a massa muscular decresce, os ajustes posturais têm maior latência e menor amplitude, as estratégias de equilíbrio podem estar afetadas, a sensibilidade da planta dos pés diminui, surgem artroses.

Porém, os aspectos mais importantes são as conseqüências das quedas, levando a fraturas de fêmur e traumas crânio-encefálicos.

Quanto à prevenção de quedas devemos ter como objetivos oportunizar o diagnóstico específico das alterações vestibulares, pois alguns indivíduos idosos com queixa de desequilíbrio não usam a informação vestibular, e se esses já sofrem de alterações visuais e proprioceptivas relacionadas com a idade, ao deixarem de utilizar informações vestibulares, evidentemente podem sofrer quedas.

Portanto, devemos tornar a vida mais segura, mantendo a independência funcional do indivíduo, adequar o ambiente residencial com menos barreiras arquitetônicas ou objetos que representem riscos de queda, como tapetes ou pisos escorregadios. Visando assim propiciar medidas para o envelhecimento bem-sucedido. Não esquecendo que no momento de uma crise de vertigem deve-se manter-se deitado enquanto sentir tortura e sensação de zumbidos nos ouvidos; manter a cabeça baixa (evite travesseiros altos); assim que puder, busque auxílio profissional para adequado diagnóstico.

Francisco E. H. Zarnardini

é gerontólogo pela SBGG, mestrando em Distúrbios da Comunicação e fisioterapeuta do Nosso Lar Comunidade do Idoso.

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