Usuário de Vioxx deve procurar médico

O funcionário público estadual Josemar Fagundes, de 39 anos, estava tomando o medicamento Vioxx, um analgésico antiinflamatório, há duas semanas. O médico do paciente receitou o medicamento para cuidar de uma lesão ocorrida durante um jogo de futebol em Curitiba.

Josemar explicou que, durante a partida, levou uma joelhada nas costelas e a dor foi muito intensa e se seguiu por outros dias. No entanto, quando soube da suspensão da venda do remédio, parou imediatamente de ingeri-lo. “Já estava melhor, as dores tinham diminuído e não precisei de outro medicamento. Soube da suspensão e espero que não tenham ocorrido casos mais graves”, explicou.

O caso de Josemar foi simples. Ele fez uso do medicamento por um período curto. No entanto, aqueles que faziam uso contínuo do Vioxx há dezoito meses devem ficar atentos.

A orientação é de que essas pessoas entrem em contato com seus médicos e troquem essa medicação. Essa medida foi determinada porque o laboratório norte-americano Merck, responsável pelo Vioxx, anunciou na quinta-feira que o medicamento será retirado do mercado, pelo risco que pode causar à população. Um estudo desenvolvido nos Estados Unidos durante três anos comprovou que os pacientes que tomaram Vioxx durante dezoito meses apresentaram duas vezes mais chances de ter problemas cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrame.

Suspensão

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão cautelar da comercialização do medicamento. De acordo com a Vigilância Sanitária Estadual, o ofício circular da Anvisa chegou ontem nas sedes estaduais. Segundo o documento, a própria empresa vai recolher das distribuidoras e das farmácias o medicamento. “Todas as medidas cabíveis já foram tomadas e estaremos monitorando qualquer caso. São milhares de farmácias em todo o País e vamos estar trabalhando nisso”, disse a chefe da Vigilância Estadual, Sueli Vidigal.

O medicamento faz parte de uma classe de antiinflamatórios não esteroidais. Quando uma pessoa utiliza um antiinflamatório comum por longo período, o revestimento do estômago acaba sendo ressecado, podendo causar gastrite ou úlcera.

No caso específico do Vioxx, isso não acontece. A parede do estômago é preservada, ficando protegida contra a acidez. O Vioxx é um medicamento de segunda geração e, por isso, muito usado pelas pessoas da terceira idade para o tratamento da artrite. “É importante fazer esse alerta para que toda a população se informe sobre essa questão e consulte seu médico sobre outro medicamento a ser usado”, ressaltou Sueli.

Farmácias

De acordo com o Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR), todos os farmacêuticos já foram notificados da solicitação da Anvisa e receberam as correspondências sobre os procedimentos a serem tomados. A partir de agora, destacou a entidade, os estabelecimentos estão aguardando o recolhimento do medicamento.

O presidente do CRF-PR, Ewerson Augusto, explicou que mais do que a precaução da Anvisa, a obrigatoriedade da receita na compra do medicamento deveria ser respeitada. “Se a lei nacional fosse seguida à risca, esse problema poderia ser menor, ou seja, somente aqueles que realmente precisam do remédio poderiam adquiri-lo”, destacou Ewerson Augusto.

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