O uso prolongado de telefones celulares pode duplicar o risco de se desenvolver um tumor no nervo que conecta o ouvido interno com o cérebro, segundo estudo publicado na Grã-Bretanha.
A pesquisa, realizada por especialistas do Instituto Karolinska de Estocolmo e publicado na revista britânica “Epidemiology”, indicou que pessoas que passavam dez anos ou mais utilizando o celular “resultaram ter entre uma e nove vezes mais probabilidades de sofrer um neuroma acústico em relação àqueles que usaram menos ou nunca usaram” o celular.
Os neuromas acústicos são tumores não cancerígenos que se desenvolvem no nervo que leva ao cérebro informação auditiva e relacionada com o equilíbrio. Em geral, uma de cada 100 mil pessoas sofre dessa doença, que pode prejudicar gravemente o cérebro e ter conseqüências irreversíveis.
O grupo de cientistas suecos descobriu que o risco de desenvolver um tumor desse tipo no lado da cabeça em que o usuário coloca normalmente o telefone celular “é entre três e nove vezes maior, enquanto no outro ouvido o risco é normal”.
Não se conseguiu, por outro lado, detectar nenhum risco maior entre aqueles que utilizaram celulares durante menos de dez anos, informa o estudo.
A Health Protection Agency (agência de proteção à saúde) britânica prevê publicar até o final do ano um guia sobre celulares e seus efeitos nocivos para a saúde dos usuários, especialmente os mais jovens.