Tomar as vacinas e informar-se sobre destino de viagens pode evitar doenças

Com mais casos suspeitos de febre amarela silvestre no Brasil, surge a dúvida: como ficar realmente protegido na hora de viajar? Medidas simples são valiosas para não atrapalhar as férias com problemas de saúde indesejáveis. Segundo a infectologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dra. Maria Inês Domingues, primeiramente, é importante conhecer o local para onde irá viajar. ?Saber quais são os surtos, doenças e vacinas exigidas naquele país ou região é a primeira medida a ser tomada?.

No caso específico da febre amarela, o viajante precisa ser imunizado 10 dias antes, para que a vacina faça efeito. No Paraná, a única área considerada de risco é o oeste do estado, mais especificamente, a cidade de Foz do Iguaçu, por encontrar-se em região de fronteira. ?Nem toda a região do país tem risco de febre amarela, por isso é preciso ficar atento e informar-se, de preferência, pelo menos 15 dias antes da viagem?, orienta a infectologista Dra. Viviane Carvalho Hessel Dias, do Hospital Nossa Senhora das Graças.

Uma vacina que deve ser tomada por qualquer pessoa que irá viajar é a imunização contra tétano, orienta a Dra. Viviane. ?O risco existe mundialmente e uma dose de reforço deve ser tomada a cada 10 anos?. Outra medida preventiva é consultar um médico infectologista da área de medicina do viajante.

O médico informará o paciente sobre possíveis epidemias no local e vacinas, formas de prevenção, dicas de alimentação e medicamentos necessários. ?Além disso, o médico passará informações de ordem prática no caso de acontecer algum acidente e instruirá sobre a necessidade de utilizar um kit de medicamentos para algumas situações, como alergia ou diarréia, por exemplo?, explicam as especialistas.

Na praia, os veranistas devem ficar atentos para a hepatite A, transmitida por água e alimentos contaminados, principalmente, em regiões com problemas de saneamento básico, que pode causar insuficiência hepática. Áreas impróprias para banho, como o caso de muitos pontos do litoral do Paraná, também oferecem riscos. ?Não é somente a ingestão da água, a pessoa pode se contaminar simplesmente com o contato do vírus com a pele e mucosas?, ressalta a infectologista Dra. Maria Inês.

O consumo de alguns alimentos crus e frutos do mar consumidos sem cozimento, como mariscos, por exemplo, também pode transmitir a doença. Mal-estar, dor no abdômen (principalmente do lado direito), enjôo e ?amarelão? nos olhos são sintomas de hepatite A. O tratamento é apenas sintomático, já que o próprio organismo produz anticorpos que curam o problema. ?Em menos de 1% dos casos, o paciente pode ter insuficiência hepática fulminante, que pode levar a morte ou necessidade de transplante de fígado, porém, mais de 95% dos casos evoluem positivamente?, tranqüiliza a infectologista Dra. Maria Inês.

Uma medida preventiva é tomar a vacina contra a hepatite A, que é feita em duas doses com intervalo de seis meses. Após esse período, exames são realizados para verificar se o organismo produziu o anticorpo. ?Em casos positivos, a vacina protege a pessoa pela vida toda, sem necessidade de reforço?, esclarece a infectologista Maria Inês.

Se o viajante apresentar sintomas como dores de cabeça, diarréia, febre, dor muscular ou lesões de pele, é ideal que procure atendimento médico. ?A conduta que muitas pessoas têm de se automedicar não é apropriada, pois pode retardar o diagnóstico de alguma situação e prejudicar o tratamento?, alerta a infectologista Dra. Viviane Carvalho Hessel Dias.

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