“Teoria da higiene” pode não ser válida para américa latina

Com o aumento da prevalência das doenças alérgicas durante a década de 90, surgiu a “Teoria da Higiene”, que desde então tem despertado controvérsias

. Segundo a teoria, primeiramente pesquisada em países desenvolvidos, houve o aumento do número de alérgicos, principalmente na Europa, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia etc. A teoria da Higiene propunha que como as crianças tinham menos contato com agentes microbianos, seu sistema imune desviou-se para fabricar anticorpos contra alérgenos.

O que discute o Dr. Charles K. Naspitz, durante o XXX Congresso de Alergia e Imunopatologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia (SBAI), que acontecerá de 15 a 19 de novembro, em Florianópolis é que esta teoria pode ter aplicação em alguns paises, mas dificilmente se aplicaria a paises da América Latina, nos quais as condições gerais de higiene são precárias e as crianças desde o nascimento entram em contato com grande quantidade de agentes microbianos.

“Quando houve a separação das Alemanhas, percebeu-se que no lado Ocidental ? mais desenvolvido que o Oriental, ainda bem rudimentar ? havia maior prevalência de alérgicos”, explica o Dr. Naspitz, Alergologista da Escola Paulista de Medicina e sócio da SBAI. Mais recentemente, estudos mostraram que crianças que viveram em fazendas desenvolviam

menos asma e alergia, por estarem perto de estábulos e animais.

O questionário ISAAC (International Studies for Allergies and Asthma in Childhood), aplicado em mais de 50 paises, permitiu pela primeira vez, se comparar a prevalência de asma e outras doenças alérgicas, entre os diferentes paises. Ao terminar a primeira fase deste estudo, verificou-se que a maior prevalência de asma (30%) estava na Austrália e Reino Unido. A segunda (25%) ficou com Estados Unidos, Brasil e Peru.

“Isso significa que, em principio, a “Teoria da Higiene” não se aplica ao Brasil pelas condições sanitárias acima comentadas”, comenta o Dr. Naspitz. As crianças brasileiras, mesmo em contato com agentes microbianos numa idade precoce da vida, apresentam prevalência de doenças alérgicas semelhante às dos paises desenvolvidos.

Além desse tópico, o XXX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia discutirá outros de grande importância para a evolução das doenças alérgicas no País, novos tratamentos, medicamentos e teorias estarão em pauta.

Serviço: XXX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia

Data: de 15 a 19 de novembro de 2003.

Horário: dias 15, 16 e 17, das 8h30 às 17h30 e dia 19, das 8h30 às 11h45.

Local: Costão do Santinho Resort ? Florianópolis, Santa Catarina.

Inscrições: pelo site

http://www.sbai.org.br/cong2003/insc.htm ou pelos telefones da SBAI: (11) 55756888 / 55751204.

Preços: variam entre R$ 200,00 e R$ 400,00.

Para saber mais sobre o Congresso e os temas abordados, sugerimos entrevistas com os médicos alergistas da SBAI. Dr. Paulo Ferreira Lima, Presidente do Congresso ou Dr. Wilson Tartuce Aun, Presidente de Honra do Congresso. Temos fontes nos principais Estados.

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