Síndrome ataca raízes nervosas

Dores musculares constantes, mãos e pés formigando com bastante freqüência, dores de cabeça ininterruptas e cansaço extremo. Os sintomas são muito parecidos com os do estresse, que atinge grande parte da população mundial, mas pode ser um problema bem mais sério do que se imagina. A Síndrome Guillan-Barré, ou poliradículo-neuropatia ascendente (doença das raízes nervosas), é infecciosa, imunológica, e afeta diretamente a medula e degenera a mielina, que protege os nervos, comprometendo os movimentos do corpo.

Dependendo dos casos, que variam de leve (paralisia das pernas e mãos) a grave (paralisia das demais partes), o problema pode evoluir e amortecer as áreas próximas aos pulmões sem que o paciente perceba, dificultando a respiração. Apesar do desconhecimento por parte da população, a doença foi diagnosticada há muito tempo, mas foi pouco divulgada. Ela foi descoberta e descrita por dois médicos franceses, no início do século XX. Apesar de serem raros, os casos mais graves da doença podem ocorrer em qualquer idade, e se desenvolvem após a cura de um tipo de infecção, variando com o metabolismo de cada pessoa. O próprio corpo cria uma reação imunológica, que afeta os nervos, causando a paralisia total ou parcial dos movimentos do corpo.

O neurologista Paulo Bittencourt alerta para a importância do problema, mas ressalta que os casos leves são comuns e não precisam de tratamento. Para ele, a falta de conhecimento da população é um dos principais problemas. Ele contou que durante o ano, em Curitiba, acontecem três casos mais graves. “É uma doença rara. Dificilmente ela chega a esse estágio. Tanto que o número de pessoas que passam por isso é pequeno”, diz.

Para esses pacientes, existem dois tipos de tratamento. Um utiliza a aplicação de uma vacina que age na região afetada, e dura cerca de cinco dias para os movimentos voltarem ao normal. A outra opção seria a implantação de um plasma artificial no organismo do paciente, agindo diretamente nos nervos. O plasma do paciente é retirado de uma amostra de sangue e é modificado. “São casos raros, mas devem ser vistos com cautela. Antes de qualquer coisa, exames neurológicos freqüentes podem determinar com antecedência qualquer problema com o corpo”, completa Paulo.

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