Saúde mental: Elas são mais vulneráveis

Poucos se dão conta, mas a saúde mental é uma das questões que mais causam sofrimento nas mulheres e, por isso, necessitam tratamento especializado. A observação é da psiquiatra mineira Gislene Cristina Valadares Miranda. Segundo ela, os distúrbios que mais acometem a saúde mental da mulher são os alimentares, depressão e distúrbios de ansiedade. A especialista explica que as mulheres são mais sensíveis aos diversos eventos que fazem parte da vida, como a morte de um parente próximo, a perda do emprego e crises no casamento e na criação dos filhos, por exemplo.

Além disso, conforme a especialista, estão mais propensas ao estresse e aos quadros de depressão. Por esse motivo, os estudos procuram reforçar as pesquisas sobre cuidados no tratamento e prevenção dessas desordens.  ?O ponto positivo é que podemos perceber que as mulheres estão mais ativas na defesa da sua própria saúde e nesse contexto a saúde mental não deve ser desprezada?, adverte.

Além da disforia pré-menstrual, mais conhecida como tensão pré-menstrual (TPM), a depressão pós-parto e o climatério são as fases em que a mulher está mais fragilizada e propensa a sofrer distúrbios mentais, principalmente aquelas que sofrem algum tipo de pressão ou situação de estresse. Um dos aspectos mais importantes para que a mulher consiga obter maior qualidade de vida, na visão da médica, é a informação. ?O básico é saber que todos os fatores que podem levar a algum distúrbio mental têm tratamento?, esclarece, salientando que a expectativa de vida vem aumentando e que a mulher deve buscar sempre viver com mais qualidade.

TPM

Alguns quadros são especificamente femininos, como a TPM, no período que antecede a menstruação. A médica atesta que 80% das mulheres têm algum tipo de sintoma, que pode levar às doenças mentais, entre eles, fatores físicos, como inchaços nas mamas, dores de cabeça e problemas abdominais, e fatores psíquicos, como a irritabilidade, a diminuição da auto-estima e mudanças de comportamento. Gislene Miranda orienta que as mulheres devem ficar atentas para esses sintomas e buscar tratamentos psicoterápicos com o auxílio de um especialista.

Os medicamentos para o tratamento desses distúrbios também vão se aprimorando. De acordo com a médica, o tratamento conta com antidepressivos de última geração que conseguem um resultado significativo no combate aos sintomas. ?Como esse é um processo recorrente, se não tratado, pode levar a incapacidade social e profissional?, explica a psiquiatra Sandra Nunes. Os quadros mais graves de TPM atingem apenas 10% das mulheres. ?Essas é que vão requerer realmente um tratamento medicamentoso?, frisa.

A depressão pós-parto, de acordo com Gislene Miranda, é mais comum do que se imagina. Ela advém, principalmente, das inquietações que se manifestam nas mulheres que têm o seu corpo modificado depois de ter dado à luz. Outra constatação da médica é de que, em geral, as mulheres que têm um histórico anterior de depressão ficam mais sensíveis a esses quadros durante a menopausa. Segundo ela, o climatério, muitas vezes, é relacionado com a chegada da maturidade ou com o envelhecimento físico e cerebral, por isso pode ser visto como um grande prejuízo para elas. A médica lembra que a reposição hormonal, freqüentemente recomendada nesse período, deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar que inclua especialistas em saúde mental.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo
O conteúdo do comentário é de responsabilidade do autor da mensagem. Ao comentar na Tribuna você aceita automaticamente as Política de Privacidade e Termos de Uso da Tribuna e da Plataforma Facebook. Os usuários também podem denunciar comentários que desrespeitem os termos de uso usando as ferramentas da plataforma Facebook.