Prevenção é a melhor maneira de evitar o câncer de pele

Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, é de suma importância a orientação a população em relação à proteção da pele dos raios ultravioleta, visto que os efeitos destes raios são cumulativos, portanto, as crianças freqüentemente expostas ao sol, vão sentir as conseqüências desta exposição quando atingirem a idade adulta, com alterações na pele.

Desde 1999, a Sociedade Brasileira de Dermatologia desenvolve o Programa Nacional de Controle de Câncer da Pele. Realizado sempre no mês de novembro, o programa permite que muitas pessoas sejam examinadas por dermatologistas cadastrados, em vários postos de atendimento distribuídos por todo país. Em 2002 foram realizados 40.000 atendimentos, sendo que 8% destas pessoas apresentaram a doença, ou seja, estavam com câncer de pele.

O Brasil está situado numa região (geograficamente) de alta incidência de raio ultra violeta ( RUV), por isso fica fácil entender porque o câncer de pele é tão freqüente. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pele é o tumor que aparece com mais freqüência nos indivíduos adultos.

O uso diário do filtro solar é uma maneira segura e eficaz de prevenir-se do câncer de pele. Há dois tipos de filtros solares: físicos ou químicos. Os filtros físicos (ou inorgânicos) são capazes de refletir e dispersar a energia da luz, promovendo uma barreira física às radiações UVA, UVB e infravermelho visível. Os filtros físicos refletem e espalham a luz UV, formando um filme protetor à pele que impede a ação dos raios ultravioleta. São os menos irritantes à pele. Indicado para peles sensíveis e para bebês acima de 6 meses. Já os filtros químicos (ou orgânicos) absorvem as radiações que provocam a vermelhidão, a dor, o calor e que atingem as camadas mais profundas da pele.

“Um bom fotoprotetor é aquele que apresenta os dois tipos de filtro, físico e químico, conseguindo desta forma uma proteção à radiação de amplo espectro”, explica a Dra. Regina Stela Schaefer Guedes, bioquímica, farmacêutica e diretora de desenvolvimento da linha de produtos cosmecêuticos do Laboratório Hoffmam.

Algumas medidas simples

para a prevenção dos danos causados pela radiação UV são sugeridas pela Dra. Regina Schefer Guedes, como:

– Aplicar fotoprotetor diariamente, independentemente da exposição solar.

– Escolher o fotoprotetor adequado, dependendo do fototipo ( pele clara ou escura) e do tipo de pele ( oleosa – uso de gel e pele ressecada ou normal – uso de loção ou creme ). A American Academy of Dermatology preconiza que o fator de proteção solar deve ser entre 15 e 30.

– Aplicar 20 minutos antes de sair ao sol. Reaplicar a cada 2 horas. Se nadar ou transpirar reaplicar logo após, principalmente se o fotoprotetor for a base de gel. Observar sempre se o fotoprotetor é à prova d?água ( significa que a pessoa pode ficar até 40 minutos na água e ainda o produto mantém o efeito fotoprotetor) ou resistente a água ( significa que a pessoa pode ficar até 20 minutos na água, sem perder a fotoproteção ). Lembrar que os raios UV penetram na água até aproximadamente 90 cm.

– Aplicar na pele uma quantidade de filtro de 2 gramas por centímetro quadrado (2g/cm2), pois o valor do FPS é determinado a partir de testes de eficácia in vivo, utilizando estas quantidades. Por exemplo: se um filtro rotulado com FPS 25, com aplicação de 1,3g/cm2, o FPS médio fica em 9,6.

– Proteger também áreas freqüentemente esquecidas, como ponta das orelhas, lábios, peito dos pés e mãos.

– Utilizar camiseta, chapéu e óculos escuros ( prevenção inclusive de catarata ).

– Bebês até seis meses não devem fazer uso de filtros solares, a menos que estejam sob restrita prescrição médica.

– Preferir horário para exposição solar antes das 10 h e após 16 h.

– Bebês acima de 6 meses e crianças não devem usar produtos que contenham alta concentração de filtros químicos , pois estes podem causar dermatite de contato irritante. Preferir produtos com filtros físicos.

– Pessoas com pele acnéica devem preferir fotoprotetores formulados em base de gel. Lembrar que estes filtros não são à prova d?água.

– Para peles maduras (acima de 30 anos) deve-se escolher produtos formulados com ativos anti radicais-livres e hidratantes, além do filtro solar.

– Evitar bronzeamento artificial ( principalmente UVA )

“A conscientização da população em relação à necessidade do uso diário de fotoprotetor, independentemente da estação do ano ou da exposição solar, será um grande passo para a redução da alta incidência de danos causados à pele. Danos esses as vezes irreversíveis, como no caso de tumores de pele, ou danos não tão graves, mas também de importância, como o envelhecimento precoce da pele ( fotoenvelhecimento )”, esclarece a Drª Regina Stela Schaefer Guedes.

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